O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens no Brasil, perdendo apenas para o de pele. Apesar disso, médicos apontam que o exame para diagnóstico da doença ainda é considerado um tabu para a sociedade roraimense, uma vez que muitos preferem arcar com as consequências de não realizar o diagnóstico ao invés de sofrer um desconforto de no máximo 20 segundos, de forma anual, a partir dos 45 anos.
Entre os médicos que apontam isso, está o urologista André Faria. Ele contou que o exame de toque ainda é o mais eficiente para tais diagnósticos, apesar de haver formas mais modernas, e caras, de realizá-lo.
“O exame de toque é o jeito mais fácil e barato de realizar diagnósticos como este. Sabemos que existe um tabu muito forte, reforçado por uma espécie de orgulho masculino, na qual não paira na cabeça a importância desse exame”, disse o médico.
Ele também destacou que, como forma de prevenção, é necessário ter uma alimentação balanceada e diversificada, além de exercícios físicos frequentes. “A prevenção vem no dia a dia. Em uma alimentação que seja balanceada e atividades físicas. Além disso, existe a questão de que quanto mais o homem ejacula por mês, menores as chances dele contrairo câncer, pois o ato exercita a próstata”, explicou.
Outro urologista, Mário Maciel, destacou que se existem históricos familiares da doença, ou o paciente é de raça negra, o exame já deve ser feito anualmente a partir dos 45 anos. Caso contrário, ele pode ser prolongado para os 50.
“O tempo de vida de um homem é sete anos a menos que a mulher no Brasil. Isso já diz muito sobre como ainda falta cuidado dos homens na prevenção dos diversos tipos de câncer. Se há casos na família, já aumenta as chances de hereditariedade, e o exame precisa ser feito já aos 45 anos”, explicou.
Mário Maciel frisou a falta de conscientização que existe entre homens, principalmente na faixa-etária acima dos 60 anos, e em como cada urologista possui a função de ‘convencer’ o paciente a realizar o exame.
“Há um estudo que eu particularmente gosto de destacar que ocorreu recentemente e consistiu em abordar homens acima de 60 anos em estádios de futebol de diversas cidades do Brasil. A conclusão é que 27% deles nunca foram fazer esse tipo de exame. Eu mesmo, sempre preciso explicar para o homem, em detalhes, sobre a importância do exame”, afirmou.
E o símbolo do laço azul também ajuda para continuar lembrando homens na importância da própria saúde. O visual merchandising de uma loja de roupas, Tarsis Cavalcante, faz lacinhos há pelo menos três anos, com o objetivo de distribuir entre colegas de trabalho, amigos, e público geral.
“Minha mãe morreu em 2006, recorrente de câncer de mama. Além dela, também tive um amigo que morreu de câncer generalizado, alguns anos depois. Essas fatalidades me fizeram começar a fazer laços em referência aos meses de setembro amarelo, outubro rosa e novembro azul, depois de ouvir falar nelas”, explicou.
Tarsis destaca que os laços fazem sucesso em seu ambiente de trabalho, e que muitos clientes chegam a pedir exemplares para levar, espalhando a mensagem de saúde do homem no mês de novembro. (P.B)