O Presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Soldado Sampaio (Republicanos), fez uma avaliação das Eleições Municipais 2024, marcado por operações policiais, prisões e a apreensão de cerca de quase R$5 milhões oriundos de possíveis crimes eleitorais. Para o deputado, a repercussão do processo pode ter consequências negativas para o Estado.
Antes do início da sessão eleitoral na manhã desta terça-feira, 08, o presidente da Casa aproveitou o momento para deixar uma mensagem sobre o processo eleitoral de 2024.
Inicialmente, Sampaio parabenizou todos os partidos e candidatos que participaram do pleito; a Justiça Eleitoral pela eficiência no processo; a deputada da Casa, Catarina Guerra (União Brasil), que atuou em campanha majoritária para a Prefeitura de Boa Vista; ao prefeito eleito Arthur Henrique (MDB) pelo resultado positivo, desejando que continue atuando em prol da Capital e de todos os representantes eleitos nos municípios.
No entanto, a avaliação do deputado é que há certa preocupação frente aos acontecimentos registrados durante o pleito. “No Brasil foram apreendidos R$21 milhões em espécie, que seriam destinados à compra de votos e abuso de poder econômico. É muito dinheiro”, destacou. “E mais triste é o nosso Estado. Quase R$5 milhões foram apreendidos em Roraima, mesmo Roraima sendo o menor colégio eleitoral do país”, completou.
Para Sampaio, a proporção do dinheiro apreendido indica que há uma irregularidade maior no Estado, pois das 27 unidades federativas, quase R$5 milhões foram apreendidos somente em Roraima.
“Eu me preocupo em nós sermos mais uma vez notícia à nível nacional, com uma notícia ruim destas. Isso traz muitos problemas ao nosso Estado. Muita instabilidade. Muitas consequências, que cabe à Justiça Eleitoral julgar. Isso é ruim para a democracia, para o nosso Estado e para o processo eleitoral”, frisou o parlamentar.
Sampaio afirma que é preciso tentar entender o que está ocorrendo em Roraima. Se a alta quantia de valores está ligada à uma decisão dos partidos, dos candidatos ou se passou a ser uma exigência do eleitorado roraimense.
“Cabe agora aos cientistas políticos e a nós, os partidos políticos, a entender esse processo eleitoral. É muito preocupante. A classe política precisa parar. E o eleitor roraimense precisa entender que voto não tem preço. Que voto vendido tem consequências e não tem compromisso”, reforçou o deputado.
Por fim, o presidente da Casa criticou ainda “muita exposição” das pessoas envolvidas nas operações da Polícia Federal. “A gente não compactua com isso. É preciso que haja uma moderação no posicionamento, neste exagero, por parte das forças policiais, do próprio judiciário e da imprensa. Mas ao mesmo tempo a gente faz essa reflexão, que é dever de ofício da justiça e da polícia agir mediante o que aconteceu nas últimas eleições. Roraima não pode continuar se destacando de forma negativa”, pontuou.