Pesquisa sobre povos originários e infâncias é apresentada ao Conanda

O documento reúne dados de uma pesquisa desenvolvida ao longo de dois anos, que investigou as condições de vida de crianças indígenas no Brasil

Pesquisa sobre povos originários e infâncias é apresentada ao Conanda

O Observatório dos Povos Originários e suas Infâncias (OPOInfâncias), vinculado ao Centro de Estudos Avançados Multidisciplinar (CEAM) da Universidade de Brasília (UnB), apresentou, nessa quinta-feira (10), um relatório ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). O documento reúne dados de uma pesquisa desenvolvida ao longo de dois anos, que investigou as condições de vida de crianças indígenas no Brasil.

De acordo com a professora emérita Maria Lúcia Pinto Leal, coordenadora do OPOInfâncias, o estudo envolveu mais de 100 pesquisadores indígenas e não indígenas. As investigações ocorreram em estados como Amazonas, Distrito Federal e Mato Grosso, com análises complementares em Roraima, Rio Grande do Norte e Minas Gerais.
“O foco foi mapear os direitos e as políticas públicas voltadas às crianças indígenas, além de levantar indicadores sociais que serão entregues ao Conanda”, explicou Maria Lúcia.

A pesquisa foi financiada pelo mandato da deputada federal Érika Kokay (PT), em resposta à crise humanitária vivida pelos povos Yanomami e Ye’Kwana em 2022. “Nosso objetivo foi compreender como as crianças indígenas vivenciam suas rotinas e como seus direitos estão sendorespeitados ou violados em diferentes contextos culturais”, acrescentou a coordenadora.

Participação de Roraima no estudo

Em Roraima, o levantamento foi coordenado pelo professor Paulo Thadeu Franco das Neves, da etnia Macuxi. Ele destacou a participação de profissionais e estudantes da Universidade Estadual de Roraima (UERR) e da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Um dos principais resultados foi o desenvolvimento de um aplicativo chamado “Demografia da Criança Indígena de Roraima”, que reúne dados sobre as condições de vida e os direitos das crianças indígenas no estado.

“O aplicativo apresenta informações sobre os atendimentos nas áreas de saúde, educação e assistência social, além de mapear as violações de direitos sofridas por essas crianças”, explicou Paulo