Cotidiano

Sete municípios não divulgaram doses aplicadas

São eles: Bonfim, Caroebe, Cantá, Normandia, Rorainópolis, São Luiz e São João da Baliza

Um levantamento realizado pelo Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização (NEPNI) nessa quinta-feira, 8, mostrou que, até o momento, sete municípios do Estado ainda não divulgaram as doses aplicadas da vacina contra o vírus HPV (Papilomavírus Humanos). São eles: Bonfim, Caroebe, Cantá, Normandia, Rorainópolis, São Luiz do Anauá e São João da Baliza.

Em todo o Estado, 1.680 doses foram registradas por oito municípios, um número considerado baixo pelo gerente do Núcleo, Rodrigo Danin. Com base no levantamento, Boa Vista foi o município que mais vacinou, com 1.183 doses. No entanto, considerando que quase 70% da população se concentra na capital, ele destacou que o número também não é satisfatório.

O município com menor registro é Uiramutã, localizado a cerca de 300 quilômetros da capital, na região nordeste do Estado, que lançou nove doses no sistema. A coordenação de saúde do município, porém, entrou em contato com o Núcleo de Imunização para informar que está tendo problemas com internet na região, o que acaba comprometendo o lançamento das informações.

Por ser tratar de uma vacinação aberta e de rotina, que está disponível durante todo o ano, Danin explicou não haver uma meta específica, uma vez que não há prazo estipulado. “Consideramos como objetivo vacinar pelo menos 95% do público-alvo, que são meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos”, disse. Diante das 1.680 doses, duas hipóteses foram levantadas: ou as pessoas não procuram a vacina, ou as doses não foram lançadas.

A equipe de reportagem da Folha percorreu dez unidades de saúde em diversos bairros na capital, a fim de saber se há vacina e se a população está procurando a prevenção. Dos dez postos visitados, apenas a Unidade Básica de Saúde (UBS) Liberdade não dispõe de vacinas contra HPV. Nos demais postos, a equipe foi informada que a procura pela vacina por parte da população é baixa.

“Vamos entrar em contato com todos os municípios para saber o que está acontecendo e cobrar essas informações. No caso de Uiramutã, que nos procurou, já sabemos que o problema, aparentemente, está na internet da região”, destacou Danin. Mesmo com a obrigação de proporcionar a vacinação, não há punição aos municípios que não informam os dados.

MUNICÍPIOS – A reportagem entrou em contato com a prefeitura dos sete municípios, mas não obteve resposta de nenhum até o fechamento da matéria.

HPV – É um vírus que atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões precursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. O nome HPV é uma sigla inglesa para “Papilomavírus humano” e cada tipo de HPV pode causar verrugas em diferentes partes do corpo.

Existem diversas opções de tratamento para os sintomas do HPV, mas a vacina é uma estratégia possível para o enfrentamento do problema e um momento importante para avaliar se há existência de DST. Ela funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A medida preventiva mais preconizada para o HPV é o uso de camisinha. A maior parte das transmissões desse vírus é sexual e ao impedir o contato da pele entre os parceiros, a camisinha é uma das melhores formas de prevenir o problema.