Cotidiano

Em tempos de crise, economista destaca importância de poupar

Ao longo do mês passado, o Banco Central informou que R$ 194,435 milhões foram depositados e R$ 196,968 sacados

Todo mundo sonha em conquistar alguma coisa, seja uma casa, um carro ou fazer aquela viagem especial. Na maioria das vezes, assim como nos exemplos citados, é preciso ter certa quantia de dinheiro. Na prática, no entanto, com contas e alguns imprevistos, isso nem sempre acontece, não é? Mas, calma! É só uma questão de organização. Na hora de poupar, essa é a palavra chave: organização.

Segundo o relatório divulgado nessa quinta-feira, 8, pelo Banco Central (BC), os saques na caderneta de poupança no mês de outubro superaram os débitos, gerando uma renda líquida de R$ 2,5 bilhões. E isso depois de sete meses seguidos de resultado positivo. Ao longo do mês passado, o Banco Central informou que R$ 194,435 milhões foram depositados e R$ 196,968 sacados.

Além de poupar, como o nome mesmo diz, a poupança também é uma forma de investimento por haver rendimento, conforme destacou o economista Fábio Martinez. Por mês, a poupança rende 0,5% mais a Taxa Referencial, conhecida por TR. “Quando a taxa Selic está abaixo de 8,5% – como agora, em que ela está 6,5% ao ano – ela chega a render 70% da taxa Selic mais TR. Está acima de vários outros rendimentos do mercado”, disse.

Na avaliação de Martinez, o principal diferencial da poupança em relação às demais formas de investimento é a isenção do Imposto de Renda, já que, atualmente, a maioria dos investimentos precisa pagar o imposto. Além da poupança, também estão isentos a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), apesar de esses tipos de investimentos terem valor mínimo de R$ 10 mil, a depender do banco.

Por outro lado, ao utilizar a poupança, qualquer valor investido já está submetido ao rendimento. Outro ponto positivo é o saque a qualquer momento, sem entraves ou burocracias. O lado negativo, porém, é que ao efetuar o saque antes de completar os 30 dias necessários, o rendimento do mês não será gerado. Além da poupança, do LCI e do LCA, há também o tesouro direto e o Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Em tempos de crise, principalmente em relação ao atraso salarial dos servidores do Executivo, Martinez orientou que o ideal é destinar 30% do rendimento para poupança e demais investimentos, sendo 20% para a poupança e 10% para previdência privada ou títulos, que são maisdemorados para resgatar. “Você gasta 70% do salário e economiza o resto para eventuais emergências”, alertou.

O primeiro ponto positivo para esta organização é ter a garantia de recurso até o final da vida, seja para comprar algo caro ou para casos de necessidade. Frente ao atraso salarial, o economista ressaltou que os servidores com poupança conseguem segurar até dois meses sem receber salário. Entretanto, por não ser um hábito do brasileiro, são poucos os servidores que possuem poupança.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA – Pensando no futuro, alguns pais têm o costume de abrir contas poupanças para ir rendendo ao longo da vida dos filhos. Para o economista, o ideal é determinar uma mesada e, a partir dessa mesada, ensinar os filhos a economizar.

“Você dá R$ 100,00 e explica que R$ 30,00 ele vai depositar. A cada um real a mais que ele der, o pai pode dobrar, é uma forma de estímulo. Você estimula a criança a ter o espírito de poupar”, contou. Para Martinez, a lição é importante, pois, ao atingir a maioridade, o filho vai sentir o esforço que teve.