Outubro marca o início do período seco em Roraima, o qual se estenderá até março de 2025 com chuvas próximas da média, mas com volumes muito baixos. A projeção é do meteorologista da Fundação Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (Femarh), Ramón Alves.
Segundo ele, chuvas devem acontecer principalmente em janeiro, fevereiro e março, quando as precipitações acumuladas podem ficar abaixo de 50 milímetros.
Apesar da expectativa por um período seco intenso, o especialista destacou um fator positivo: a ausência de fenômenos eólicos fortes, como os registrados em anos anteriores.
Além disso, a possibilidade de ocorrência de La Niña, ainda que fraco, pode aumentar ligeiramente o volume de chuvas na região. Oposto ao El Niño, o fenômeno é responsável por diminuir a temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico.
A preocupação com o risco de incêndios florestais e a disponibilidade hídrica, por outro lado, permanece. Os níveis dos rios estão em declínio constante, o que exige atenção redobrada para evitar problemas com o abastecimento de água e a navegação.
Nos 17 primeiros dias de outubro, Roraima já registrou 42 focos de incêndio, mais da metade dos 80 registrados em todo o mês anterior, conforme o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Além disso, em Boa Vista, o nível do rio Branco está em 1,26m, o menor desde abril deste ano, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
“A normalidade desse período seco requer bastante atenção, principalmente focos de incêndios florestais e disponibilidade hídrica, tanto para consumo quanto para navegação, irrigação. Enfim, nós temos um período seco aí que se aproxima bastante intenso”, alertou Ramón.
Recomendações
Diante desse cenário, as autoridades e a população devem tomar medidas preventivas para minimizar os impactos do período seco:
- Prevenção de incêndios: Reduzir ao máximo a realização de queimadas, adotar medidas de segurança em áreas de risco e denunciar focos de incêndio;
- Uso consciente da água: Economizar água em todas as atividades, evitar o desperdício e buscar alternativas para o armazenamento de água;
- Monitoramento dos rios: Acompanhar os níveis dos rios e adotar medidas para garantir a navegabilidade e o abastecimento de água em áreas mais vulneráveis.