Cotidiano

Você na Folha debate Crise Econômica

O final do ano está chegando, um momento fundamental para a reunião de familiares em meio à ceia natalina, férias, viagens e festas. Entretanto, a atual crise econômica que o Estado passa, com a falta de pagamento de servidores, fica difícil saber o que fazer para o fim de ano. Por isso, perguntamos para a população o que se faz no natal e ano novo com a grana apertada e tantas dívidas.

Maria Edileusa de Oliveira Cadete, aposentada, 52 anos (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“É um clima de muita incerteza para todo mundo. Existe até o projeto de tirar dinheiro da previdência para pagar os servidores, o que preocupa ainda mais quem recebe o benefício todos os meses, como é o meu caso. Eu imagino que ficaremos sem presentes, tanto para os meus filhos, quanto netos. O encontro da família não pode faltar, mas talvez não haja presentes”.

Brian Sache, 17 anos, desempregado (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Se eu estivesse em uma situação desse tipo, com certeza dispensaria os presentes para esse ano. Não vejo problema em pensar em roupas para os meses do próximo ano, se houver uma estabilização financeira. Pois a prioridade no momento é o alimento e as dívidas para muitos desses servidores, e acredito que eles devam focar nessas coisas até que essa situação melhore”.

Ailton Almeida, 21 anos, vendedor (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Sentimos no comércio, o impacto do atraso de pagamento dos servidores. A nossa expectativa é que haja um crescimento nas vendas só em 2019. E isso não é só aqui. Lojas em geral da Jaime Brasil estão tendo problemas por causa da falta de pagamento”.

Alessandro Souza, 18 anos, estudante (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Eu tenho parentes que são servidores públicos, e estão passando por essa situação. Por isso, lá em casa, muitos dos nossos hábitos vêm mudando. Por exemplo, eu já não saio mais no final de semana, para não gastar dinheiro. Além disso, estamos tirando eletrodomésticos da tomada com mais frequência, economizando ao máximo energia e água. Imagino que as festas de Natal e o Ano Novo até ocorrerão, mas será tudo bem simples, sem decoração ou presentes”.

Flávia Gadelha, 18 anos, estudante (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Essa crise tá impactando até mesmo para a formatura da minha turma do ensino médio. Houve inúmeros cortes de orçamento e agora cada um levará o seu prato para o jantar que organizamos. E isso vai se refletir no Natal. As celebrações serão mais simples, sem presentes, mas acredito que ainda ocorrerão dentro do que for possível”.

Fátima Cavalcante, 52 anos, funcionária de empresa privada (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Esse Natal e Ano Novo serão de cotinha para os servidores. Vai restar para parentes que estão recebendo em dia ou trabalham em empresa privada, que é o meu caso, para ajudar aqueles que estão nessa situação. Eu vou ajudar a minha prima, que é servidora e está sem receber, para ver se dá para fazer algo na virada. É o que resta, pois essa crise toda não demonstra sinais de que vai acabar tão cedo”.