Seminário vai discutir potencialidade e viabilidade em RR

Empresários, pesquisadores, empreendedores, acadêmicos e demais interessados são o público-alvo do Seminário de Energias Renováveis que acontece amanhã, 14, às 19h30, no auditório da Escola do Sesi Roraima, na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes. A iniciativa é do Instituto Habib Mahbud de Desenvolvimento (IHMD), que está se apresentando de forma mais efetiva em Roraima com o objetivo de discutir vários assuntos, entre eles, as energias renováveis.

O intuito do evento é aprofundar o conhecimento em relação às energias renováveis, identificar potencialidades e, sobretudo, viabilidade, tendo em vista as pesquisas que já são desenvolvidas no Estado. Para a coordenadora técnica da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier), Karen Telles, o seminário é uma oportunidade de não apenas entender, como também quebrar mitos e paradigmas que existem em torno da questão.

“Uma das grandes expectativas é que Roraima seja interligado ao Sistema Elétrico Nacional, mas quando conhecemos um pouco mais do assunto, vemos que, para isso, o Estado precisa dar contrapartida com geração de energia própria, independente do meio”, explicou. Uma outra vertente é que existe a curiosidade, ou necessidade, de pessoas que querem ter uma fonte de energia renovável em casa. Além das empresas, com a possibilidade de diminuir gastos e o impacto junto ao meio ambiente.

Por ter mais de 30 anos de experiência em Roraima e na Amazônia como engenheiro, Samir Hatem informou que o Instituto Habib Mahbud busca fomentar algumas discussões que podem ser úteis ao desenvolvimento da Região Norte. “O problema energético é grave. Temos um parque térmico que supre a necessidade, mas não deixa de ser um entrave para o desenvolvimento do Estado”, pontuou.

Hatem destacou que as energias renováveis não são, ainda, uma fonte substituta, mas que podem ser complementares, principalmente em áreas isoladas. Em vilas e comunidades ribeirinhas, por exemplo, é possível suprir a necessidade de forma mista, com um gerador térmico de energia solar e pequenas centrais hidrelétricas (PCH), diminuindo os voos difíceis e caros de diesel para alimentar esses locais.

“Temos estudado e entendemos que para a Amazônia, a energia solar é simples de ser implantada por um baixo custo. Por outro lado, você não consegue utilizar por 24h, pelo fato de a bateria ainda ser cara. Mas eu vejo isso tudo de forma positiva. Estamos trazendo esse assunto porque é algo que podemos lançar mão”, justificou. O alerta que o engenheiro faz é sobre os curiosos que estão entrando nesse mercado.

Para Hatem, o receio é que estes curiosos, que não são profissionais habilitados, acabem fazendo serviços que podem vir a sujar com a imagem da energia solar. Por outro lado, ele reforçou a importância de um projeto acompanhado por um profissional especializado e por uma empresa que vai especificar os equipamentos corretos, que devem durar uma média de 25 anos.

Com a implantação de energias renováveis, a população vai poder gerar, da própria casa, a energia consumida durante as 24 horas do dia. A medida, no final do mês, traria redução nas faturas de energia elétrica devido à legislação de compensação. “Você gera e injeta a energia produzida para a concessionária, no caso a Boa Vista Energia, que continua te dando energia normal, mas na conta vai ter uma compensação da geração”, declarou o engenheiro.

PROGRAMAÇÃO – O ex-Ministro de Estado das Minas e Energia, o engenheiro Silas Rondeau será um dos palestrantes durante a programação do Seminário sobre Energias Renováveis. Na ocasião, os temas abordados serão debatidos com o presidente da Eletronorte, Luiz Henrique Hamann; o presidente da Boa Vista Energia, Anselmo Brasil; o professor doutor Edson Damas e o professor doutor Haroldo Amoras. A inscrição para o seminário pode ser feita na hora ou de forma antecipada, pelos telefones 4009-5375 e 4009-5378.