Cotidiano

Governo ainda tenta retomar obras do Canarinho para concluí-las em 2016

Reforma do Estádio Flamarion Vasconcelos, o Canarinho, está paralisada desde setembro do ano passado

Há mais de quatro anos as obras de reforma do Estádio Flamarion Vasconcelos, o Canarinho, vêm se arrastando. Os trabalhos estão paralisados desde setembro do ano passado. O secretário estadual de Infraestrutura, Flamarion Portela, disse que estão sendo feitos entendimentos para que os serviços sejam retomados, com previsão para que tudo seja concluído no início de 2016.
Segundo ele, faltou a contrapartida do Estado, que não honrou, ao longo dos últimos meses, o pagamento de R$490 mil. “A pior obra é aquela que está parada, que chamamos de ‘elefante branco’. Quando assumi, fui procurar a Caixa Econômica Federal, que faz o controle dos valores para que pudéssemos retomar essa obra”, explicou.
Segundo ele, o valor inicial era orçado em R$ 257 milhões, com a justificativa de que o estádio, situado no bairro Canarinho, zona Leste, seria subsede da Copa do Mundo de 2014. Mas o valor teve que ser reajustado depois das cobranças feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “Após a negativa em torno desse valor, o repasse inicial caiu de R$35 milhões de recursos do Governo Federal para R$ 30,5 milhões, mais R$ 7,5 milhões de contrapartida do Estado”, detalhou.
Após realizar vistorias para verificar o andamento da obra, Portela concluiu que cerca de 47% da reforma do Canarinho já foram concluídos. “Vimos que está bem avançada. O gramado está bom, a pista de atletismo foi asfaltada, faltando apenas a colocação da borracha. Além disso, os vestiários, salão de musculação e aquecimento, além de um mini campo com grama sintética, já estão prontos”, disse.
O secretário disse que vai tentar junto à Caixa uma redução no valor do repasse da parte do Governo do Estado na obra em R$4 milhões. “Vamos agora trabalhar numa repactuação para reduzirmos a contrapartida do Estado de 25% para apenas 10% e assim retomar a obra o mais rapidamente possível para que possamos concluí-la”, afirmou.
Segundo Flamarion Portela, ainda faltam R$16 milhões para que o serviço seja finalizado. “O contrato foi repassado e a construtora recebeu pouco menos da metade do valor, cerca de R$ 14 milhões. Na verdade, houve um pouco de fantasia em relação a essa obra. Ela está bem feita, o acabamento está bom e vai ser importante para a área desportiva do nosso Estado”, destacou.
Questionado sobre a necessidade de altos investimentos para a reforma de um estádio, onde não tem futebol profissional nem público pagante, o secretário se limitou a dizer apenas que o local terá suas utilidades. “Eu, como cidadão, acho que a pior obra é aquela inacabada. Os times estão sem lugar para jogar e a questão da falta de público para assistir aos jogos é de estímulo e profissionalização por parte dos responsáveis”, justificou.
Sobre a questão do prazo para a conclusão da reforma, Portela informou que deverá ficar pronta só no ano que vem. “Estamos discutindo isso. Como estava parada, vamos conversar com a Caixa e estender esse prazo. A nossa previsão é de entregar o Canarinho no início de 2016. O importante agora é evitar um ‘elefante branco’ em Roraima, concluindo a obra para que seja útil à sociedade”, frisou.
O CASO – O MPF/RR instaurou inquérito civil público, em meados de 2010, para investigar irregularidades na aplicação de recursos para a reconstrução do estádio sob a justificativa de que Roraima iria abrigar uma subsede da Copa de 2014.
Na ocasião, o MPF expediu recomendação ao Ministério do Esporte, Governo de Roraima e Caixa Econômica Federal para a suspensão do repasse de recursos federais no valor de R$257 milhões. A recomendação foi acolhida pelo Ministério do Esporte e o repasse de recursos para a reconstrução foi cancelada. Pelo projeto atual, serão repassados pelo ministério R$30,5 milhões para a reforma do complexo esportivo, o que significou uma economia de R$226,5 milhões aos cofres públicos.
Com a reforma, o Estádio Canarinho terá capacidade para acomodar 4.565 torcedores nas cadeiras e mais 150 lugares para pessoas com deficiência. (L.G.C)