Ativistas de RR participam de encontro internacional de soluções sustentáveis: 'Viemos resolver os problemas da Amazônia'

Evento reúne cerca de 100 participantes dos nove estados da Amazônia Legal. Três dos 27 projetos concorrentes no Unleash Amazon Innovation Lab. vão ganhar premiação em dinheiro

Delegação de Roraima no Unleash, em Manaus (Foto: Divulgação)
Delegação de Roraima no Unleash, em Manaus (Foto: Divulgação)

Dez jovens ativistas de Roraima participam do programa internacional Unleash Amazon Innovation Lab. O evento, que debate e desenvolve projetos inovadores com soluções sustentáveis para o bioma até esse sábado (19), na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Manaus, reúne cerca de 100 participantes dos nove estados da Amazônia Legal.

Ao final do evento, três dos 27 projetos concorrentes receberão uma premiação em dinheiro. Além disso, a solução escolhida pelos próprios participantes receberá um prêmio de R$ 20 mil, enquanto outras duas propostas, selecionadas por especialistas, serão contempladas com R$ 15 mil cada.

O programa trabalha com uma metodologia moderna, baseada em técnicas de Design Thinking e inovação social, o que proporciona várias ferramentas para que os jovens trabalhem suas soluções.

Motivações

A roraimense Pamela Duarte, 29, formada em Letras pela UFRR (Universidade Federal de Roraima) e indígena não registrada, explicou como sua participação no encontro impacta diretamente seu trabalho como voluntária em projetos socioambientais, com ideias e princípios da causa.

“Em paralelo ao meu trabalho como professora da língua de acolhimento (Português) para imigrantes, também atuo como voluntária na Kapói (Associação Cultural Indígena de Roraima) em contexto urbano, em Boa Vista, que promove a preservação da cultura dos povos indígenas, possui grupos de dança parixara e a produção artesanal como fonte de renda sustentável”, disse.

A técnica em Agropecuária Ilaíne Taulipang, 27, da etnia Macuxi, revelou que seu interesse pela causa surgiu a partir do próprio estudo como condutora local de sua comunidade Água Fria, situada no Município de Uiramutã, no Norte de Roraima.

“Eu vi uma matéria no jornal da Folha e nas redes sociais, então me interessei pela causa, pois eu já faço trabalhos envolvendo o meio ambiente e o bem-estar social. Sou coordenadora de Turismo e sou técnica de Agropecuária. Então, já trabalho em questão da educação ambiental, fora do meu raio de atuação convencional, trabalho na minha comunidade”, finalizou.

Grupo de ativistas de Roraima trocam experiências com participantes de outros estados no Unleash Amazon, em Manaus (Foto: Arquivo pessoal)

O jornalista e ativista ambiental Felipe Medeiros, 33, acredita que o processo de criação para solucionar problemas do ecossistema e crises climáticas faz parte de uma comunicação mais eficiente e preparada para lidar e abordar esses temas.

“Como é um assunto que eu já trabalho como jornalista multimídia freelancer, eu acho que é preciso a gente entender mais os outros estados e a peculiaridade de cada um, não só o nosso, e se interessar também pela Amazônia como um todo e também pelo nosso ali, pelo nosso pedaço de Amazônia, em Roraima especificamente”, disse.

“É preciso a gente conhecer bem o nosso quintal, a nossa região, para contar histórias de mudanças. De forma mais eficiente, mais compreensível pelo nosso público, para a gente plantar mesmo ali a nossa semente, fazer a mudança, para que as coisas não piorem ainda mais. A gente veio aqui para resolver problemas da Amazônia”, completou o jornalista.