Cotidiano

Greve dos servidores do estado continua

O presidente do Sintraima, Francisco Figueira, afirmou que os servidores que receberam o salário referente ao mês de setembro só pagaram dívidas atrasadas

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

O Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos de Roraima (Sintraima) realizou uma assembleia geral durante a manhã dessa quarta-feira, 14, quando decidiram pela continuidade da greve geral dos servidores até que o governo consiga quitar todos os salários atrasados. Foi pauta da reunião, a intervenção federal no sistema prisional e socioeducativo e a possibilidade de convocação de nova assembleia, caso os salários atrasados sejam pagos, para discutir junto ao executivo se haverá condições do salário de dezembro ser pago também.

O presidente do Sintraima, Francisco Figueira, afirmou que os servidores que receberam o salário referente ao mês de setembro só pagaram dívidas atrasadas e que o mesmo deve ocorrer quando receberem o valor referente a outubro, e por isso, a greve continua.

“Colocamos em pauta o encerramento ou continuidade da greve e se decidiu pela continuidade, pois os salários estão sem previsão para o pagamento de outubro e sem perspectiva também para os demais meses; não sabemos sobre o salário de novembro, nem quando serão pagos, porque temos aí bloqueios até 10 de dezembro e provavelmente o salário de outubro, se for pago, será pago do dia 20 em diante, como foi pago o do mês de setembro”, afirmou Figueira.

Dois pontos intensificaram as discussões sobre a continuidade da greve: a intervenção federal no sistema prisional e os pagamentos referentes ao mês de dezembro e do décimo terceiro. O primeiro ponto gerou discordância porque a intervenção federal poderá regularizar a situação dos agentes socioeducativos.

“Está sendo publicado que haverá uma intervenção federal no sistema prisional e socioeducativo e que será regularizado tudo nas questões administrativa e financeira, e consequentemente nos salários dos servidores que estão nestes sistemas. O que adianta dar apoio à greve se é pelos salários e eu posso receber em dois dias por causa da intervenção? Eu perco o meu foco de greve e prefiro ter o bom senso de não apoiar a greve”, disse o agente socioeducativo, Andrei Fim.

Desse modo o movimento ficou dividido. Parte dos grevistas continuará acampada em frente ao Palácio Senador Hélio Campos, e os apoiadores da greve, que serão os servidores que mesmo com a situação regularizada darão apoio aos colegas que permanecerem com pagamentos atrasados.

Mesmo que o governo consiga regularizar os vencimentos que ainda não foram pagos, os servidores acreditam que ainda terão motivos para se preocupar com os salários referentes a dezembro e o décimo terceiro e, por isso, pretendem convocar uma nova assembleia geral para dialogar com o executivo.

“Se regularizar outubro, iremos chamar uma nova assembleia e vamos procurar o executivo para saber se haverá a possibilidade ou não de pagamento. E se este governo que está saindo não pagar ou não fizer acordo, estaremos esperando 1º de janeiro, quando assume o novo governador e possamos começar novas negociações”, disse o presidente do Sintraima.

Outro ponto que acalorou a reunião foi a presença dos servidores no acampamento e Francisco pediu união. “Quero convidar os servidores que ainda não aderiram à greve que venham ao movimento porque somente unidos conseguiremos o nosso objetivo, que é regularizar os nossos salários”.

A Associação de Policiais Militares e Bombeiros (APMB) informou a posição da coordenadora-geral, através de nota, destacando que a mobilização dos familiares e amigos representa o manifesto alternativo dos policiais e bombeiros, já que os militares não podem se manifestar devido às legislações vigentes.

SEM SALÁRIOS

Movimento de mulheres fecha BR-174

Enquanto o Sintraima deliberava a continuidade da greve geral dos servidores, na manhã dessa quarta-feira, 14, o Movimento de Mulheres e Esposas dos Policiais Militares e Bombeiros fechava a BR-174, como forma de cobrar do governo do estado, os salários atrasados dos militares. O ato promovido pelas mulheres foi pacífico e iniciou liberando a pista a cada vinte minutos, mas finalizou com a pista fechada durante uma hora, das 11h à 12h.

A concentração da manifestação ocorreu próximo à ponte do Água Boa, zona rural de Boa Vista, sentido sul. As manifestantes relataram que estavam liberando a passagem de viaturas da polícia, carro dos bombeiros e ambulâncias porque a intenção não era causar transtorno.“Essa mobilização é pacífica, de vinte em vinte minutos estamos abrindo e deixando as pessoas passarem, mas a polícia, os bombeiros e ambulâncias nós deixamos passar direto. Não estamos aqui para criar tumulto e nem confusão, é um movimento em busca dos nossos direitos”, disse a esposa de um bombeiro, Marizete Pereira. (F. A.)