Polícia

Corpo demora quatro dias para ser retirado do necrotério

Vítima era uma mulher venezuelana. O cadáver foi removido na tarde de domingo, 18

O corpo de uma mulher venezuelana ficou no necrotério do Hospital Geral de Roraima (HGR) por quatro dias. Ela teria morrido no dia 14 deste mês segundo apurado pela reportagem da Folha. Ainda conforme apurações realizadas no local, a mulher estaria internada no Bloco D da unidade hospitalar, não teria documentação e não estava com acompanhante.

Após a morte, ela foi removida para uma das pedras do necrotério e o corpo ficou à espera de liberação e remoção que teria que ser providenciada via funerária por familiares, uma vez que ela morreu de causas naturais.

Os pacientes internados na unidade de saúde relataram que o mau cheiro tomou conta do hospital e eles temiam uma possível contaminação.

“Aqui no corredor do Bloco E está podre, estamos com medo de uma infecção generalizada. Pedimos providências da gerência do hospital, mas nada tinha sido feito”, ressaltou uma paciente que pediu para não ter a identidade revelada.

Ainda em apurações realizadas no hospital, alguns funcionários que pediram para não ser identificados, afirmaram que esta não é a primeira vez que corpos são deixados no local sem a devida conservação. “Esse não foi o primeiro e nem será o último, pois não temos geladeiras para conservar as vítimas que morrem de causas naturais até que a família faça os procedimentos de remoção”, relatou uma funcionária.

Em contato com a direção do Hospital Geral, a reportagem recebeu a informação de que a remoção foi realizada na manhã desse domingo, 18, e que a família compareceu no HGR, aguardando os últimos trâmites.

Em nota, a Direção do HGR (Hospital Geral de Roraima) informou que não há possibilidade de infecção hospitalar, pois o corpo ficou no necrotério devidamente acondicionado. Esclareceu também que o cadáver permaneceu na unidade esses dias, porque a paciente estava sem acompanhante e não havia autorização para sepultamento. “Os familiares dela chegaram a Roraima na tarde de sábado, 17, mas, por alguns problemas de documentação, a funerária não levou o corpo”.