Operação "Verão Sem Fogo" vai empregar 300 bombeiros e brigadistas no combate as queimadas

A operação vai iniciar nesta quarta-feira (30) e contará com a atuação de 300 bombeiros militares e brigadistas

O governador assinou o decreto durante uma coletiva de imprensa na sede do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CMBRR), nesta terça-feira, 29 (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
O governador assinou o decreto durante uma coletiva de imprensa na sede do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CMBRR), nesta terça-feira, 29 (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O governador de Roraima, Antonio Denarium, assinou o decreto de criação do gabinete para situação de emergência, nesta terça-feira (29). O documento regulariza a operação “Verão Sem Fogo”, que tem como objetivo combater os incêndios florestais e efeitos da estiagem.

A operação vai iniciar nesta quarta-feira (30) e contará com a atuação de 300 bombeiros militares e brigadistas. Conforme Denarium, a previsão é de que a estiagem de 2024/2025 será mais severa que a de 2023/2024. Portanto, ele ressalta que a operação terá como foco a prevenção.

“Os incêndios florestais causam grandes prejuízos financeiros aos proprietários rurais e à saúde das crianças. Iniciaremos um trabalho educativo para a orientar os produtores e toda a população a não inciarem focos de incêndios. O Ministério do Meio Ambiente também já sinalizou que irá enviar forças federais a Roraima para trabalharem no combate às queimadas. Serão várias ações para evitar um desastre ecológico”, afirmou.

O evento contou com a presença de representantes de órgãos estaduais, além de outras entidades (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A ação envolverá órgãos estaduais, como Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Secretaria de Saúde (Sesau) e Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), além de outras entidades, tais como Roraima Energia, Exército e as forças de segurança civil e militar do estado.

Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), coronel Anderson Carvalho, em 2024, foram registrados 4.848 focos de incêndios no estado. Ele afirmou que esse número corresponde a 3% da quantidade total de focos no Brasil.

Comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), coronel Anderson Carvalho (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Além das queimadas, o comandante explicou que a ação também abrange o fornecimento de água no estado. Neste momento, o nível do rio Branco marca 1,06 metros, o que, para a operação, configura uma das maiores preocupações. Entretanto, conforme o governador, a previsão é de que nenhum município fique sem água.

Algumas das ações propostas para a operação incluem:

  • Monitoramento climático e situacional;
  • Implementação do Centro de Monitoramento e Controle de Riscos do CBMRR;
  • Aquisição de materiais e equipamentos;
  • Integração com órgãos e instituições nas ações de prevenção a combate a incêndios florestais;
  • Implementação das ações do Projeto Fundo Amazônia/BNDES.

Presidente da Caer diz que companhia está preparada

Apesar da previsão de que a estiagem será mais severa que a anterior, o presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), James Serrador, disse que a empresa está preparada para lidar com as dificuldades. Ele estima que ao menos 28 poços artesianos serão perfurados na capital e nos demais municípios do estado.

Presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), James Serrador (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Questionado pela FolhaBV sobre como a Caer irá atuar para evitar crises de falta de água nos bairros de Boa Vista e do interior, no período da estiagem, o presidente informou que a ação irá depender da gravidade da estiagem.

“Há locais no interior do estado que dependem da água bruta, produzida nas Estações de Tratamento de Água, e os poços artesianos só reforçam o abastecimento. Se, durante a estiagem, não houver água nas barragens, os poços não suprem. Isso não depende apenas da Caer, mas sim do meio ambiente. Estamos perfurando poços no estado e esperamos que a estiagem não chegue a um ponto crítico. A população também precisa reduzir o consumo de água, pois o nível do rio está muito baixo”, disse.