Dia de Finados: a história e o significado das homenagens no dia 2 de novembro

Cemitério Campo da Saudade. (Foto: Nilzete Franco Folha BV)
Cemitério Campo da Saudade. (Foto: Nilzete Franco Folha BV)

O Dia de Finados, celebrado neste sábado (2), possui uma longa tradição no cristianismo e representa uma ocasião de reverência e esperança. A cada 2 de novembro, cemitérios se enchem de flores e velas, enquanto famílias se reúnem para recordar aqueles que partiram, o que marca o momento como ocasião especial para honrar a memória dos falecidos. Mas você sabe a origem da data e as tradições que ela envolve?

As primeiras celebrações ocorreram entre os séculos 9 e 10, conforme o Vaticano, quando monges e abades da Igreja Católica instituíram a data para se fazer um dia inteiro de oração por um falecido dentro dos mosteiros. Este costume já existia no rito bizantino, que celebrava os mortos no sábado anterior à Sexagésima, um período entre o fim de janeiro e o mês de fevereiro.

No entanto, a data foi definida após o Bispo Amalário Fortunato de Metz, em 809, estabelecer uma memória litúrgica para os falecidos no dia seguinte ao Dia de Todos os Santos, este já dedicado aos que, segundo a fé católica, haviam alcançado o céu. Mais tarde, em 998, o abade Odilone de Mercoeur, de Cluny, formalizou a celebração de Finados em 2 de novembro.

Padre Josimar Lobo
Padre Josimar Lobo (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Segundo o padre Josimar Lobo, para os católicos, o Dia de Finados não é uma celebração da morte, mas uma reafirmação de fé na ressurreição.

“A morte física não é o fim, nós nascemos para a vida eterna. Mesmo sendo um dia de saudade e de relembrar, é também uma celebração da ressurreição”, afirmou o sacerdote. Para ele, o simbolismo da data está nas palavras de Jesus: “aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá”, reforçando a certeza da continuidade da vida após a morte.

No catolicismo, as visitas aos cemitérios são uma prática comum na data, pois, segundo Josimar, os falecidos estão no purgatório, um estado de purificação para aqueles que ainda precisam se preparar para a plena comunhão com Deus. Durante a visita, se faz ainda o acendimento de velas e momentos de oração. Além disso, é comum a reunião de familiares e participação em celebrações religiosas para recordações aos entes queridos.