Em entrevista ao portal de notícias UOL, o governador eleito de Roraima, Antônio Denarium (PSL), afirmou que o fechamento da fronteira é uma das opções cogitadas para lidar com o grande fluxo de venezuelanos no Estado e defende a criação de um programa de devolução de para o país vizinho.
“Existem venezuelanos que acabam ficando muito tempo em Roraima, não conseguem emprego e alguns deles demonstram desejo de retornar para a Venezuela, só que eles não têm condições financeiras. Então, tem que ser feito um programa de devolução dos venezuelanos, uma ação do governo federal de reintroduzi-los na Venezuela. E existe custo para fazer isso: precisa de passagem, de ônibus, de alimentação”, declarou.
Para Denarium, o problema dos venezuelanos não é somente de Roraima, mas sim do país inteiro. O fechamento da fronteira foi, inclusive, uma de suas pautas durante a campanha deste ano.
“Outros países da América do Sul fecharam as fronteiras como forma de conter a entrada de venezuelanos. Teria que fechar até que se interiorize os venezuelanos que estão em Pacaraima. Eu gostaria que fosse fechada por um determinado período. Ou então eu limitaria a quantidade de pessoas que entram por dia. Se não fecha, ao menos limita a entrada como forma de amenizar a situação”, completou.
De acordo com a Polícia Federal, de 1º de janeiro até o dia 19 deste mês, 158.507 venezuelanos entraram no país por meio da fronteira de Pacaraima. Embora haja variações de fluxo ao longo do ano, isto representa uma média de 490 pessoas por dia. No mesmo período, saíram do país pelo mesmo local 41.601 venezuelanos, o que dá uma média de 128 pessoas por dia. Segundo a PF, neste ano, cerca de 3.000 venezuelanos foram levados de Roraima para outros estados brasileiros.
Para permanecer no Brasil, os venezuelanos entram com o pedido de refúgio e podem viver no país até que a solicitação seja analisada. Segundo a PF, desde 2015 mais de 54 mil venezuelanos entraram com o pedido de refúgio e outros 18,9 mil com o visto de residência.
Denarium adiantou que deve se reunir com o presidente Jair Bolsonaro nos primeiros dias de janeiro para definir um plano de ação para a crise migratória. Ele também quer que a Operação Acolhida, realizada pela União para levar os venezuelanos para outros estados, seja mantida no novo governo. “Vamos respeitar a legislação atual e os acordos internacionais que foram feitos”, pontuou.
*INFORMAÇÕES: Portal UOL.