Na manhã de ontem, dia 23, a mãe da adolescente Eduarda Kelly Magalhães Aleixo, de 15 anos, esteve no Instituto de Medicina Legal (IML) para fazer o reconhecimento do corpo da filha que não era vista desde o sábado, dia 17, quando saiu da casa da tia, que fica no bairro Cidade Satélite, zona oeste da Capital. A vítima foi encontrada morta, na Vila Nova Colina, na tarde da quinta-feira, dia 22.
A dona de casa Lindomara Magalhães Aleixo contou detalhes sobre o desaparecimento da filha e sobre a suposta motivação do crime. De acordo com a mãe, Eduarda esteve na casa da tia das 12h às 16h, do dia 16, e saiu na companhia de uma amiga que não foi identificada. Depois disso, seu paradeiro foi dado como incerto.
Na quarta-feira, dia 21, a vítima ligou para a tia e tiveram uma última conversa e, na ocasião, ela destacou que estava indo para a Vila Nova Colina. O corpo foi encontrado na quinta-feira, dia 22, em estado de decomposição, com marcas de violência e requintes de crueldade.
A reportagem da Folha perguntou para a mãe da vítima se tinham parentes na Vila Nova Colina ou município de Rorainópolis e ela relatou que não tem nenhum conhecido e que a garota chegou a dizer que iria para a localidade para fugir de membros de uma facção criminosa pela qual estava sendo ameaçada de morte.
Dona Lindomara também ressaltou os conselhos diversos que deu à filha, e disse que a garota ouvia, mas retrucava, dizendo que estava ameaçada e que o melhor era morrer para não gerar problemas para o restante da família. A mãe acredita na hipótese de Eduarda ter sido morta por membros de uma facção rival.
Quanto ao envolvimento com o crime organizado, a mãe da adolescente disse que não sabia se ela era membro, mas confirmou que a vítima teve um relacionamento com um indivíduo que integrava uma das facções instaladas em Roraima. Eduarda parou de estudar quando estava na 6a série e morava com a mãe, no bairro Cidade Satélite.
IDENTIFICAÇÃO – O corpo da adolescente só chegou a Boa Vista no começo da tarde de ontem para ser submetido ao exame de necropsia. Caso as impressões digitais estejam prejudicadas para serem comparadas com a documentação da vítima, a identificação será feita por um odonto-legista, que analisará a arcada dentária. Apesar de a identificação não ser oficial, a mãe da garota disse que, pelas características do corpo e pelo vestido que estava no cadáver, não tinha dúvidas de que seria sua filha.
Para finalizar, dona Lindomara explicou que reconheceu o corpo assim que a foto foi divulgada pelos usuários do WhatsApp. Ela também confirmou que a filha era conhecida como “Perinha”.
O CASO – No fim da tarde da quinta-feira, dia 22, populares que transitavam pela vicinal 16 da vila Nova Colina, cerca de 40 quilômetros da sede de Rorainópolis, sul do Estado, encontraram um corpo do sexo feminino, em avançado estado de decomposição, às margens da estrada, à distância de 1.500 metros da sede da Vila. O cadáver foi removido do local por homens do Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital do município onde ficou no necrotério até a chegada do rabecão do IML. (J.B)