Cotidiano

Black Friday cresce e empresas aumentam prazo de descontos

Durante todo o final de semana, tanto o comércio do centro e da periferia, quanto os shoppings ficaram lotados de consumidores

A crise financeira que vem assolando o estado de Roraima, com a falta de verba para pagamento de servidores estaduais e contratos de terceirizados, além de empresas, não atingiu as vendas da Black Friday dessa sexta-feira, 23.

Em uma loja de vestuários e celulares que abriu à meia-noite, 18 mil reais em produtos foram vendidos, e a presença mais massiva de clientes se deu na faixa de horário do final da tarde, segundo explicou a supervisora de atendimentos do empreendimento, Wanderleia de Souza.

“Vendemos mais de 8 mil reais em telefones e 10 mil em confecções em duas horas. Confesso que foi bem acima do que esperávamos, ainda mais com essa crise. Sentimos que pode haver uma parcela da população sem dinheiro, mas também há uma parcela ainda maior de pessoas que pelo menos guardam um trocado esperando o dia em questão. O que melhorou mais ainda as vendas é a possibilidade de descontos ainda maiores para clientes com cartão”, afirmou.

Em outra loja, de variedades, boa parte das prateleiras já parecia vazia logo no sábado, 24. O supervisor de atendimento, Lucas Eduardo, afirmou que não chegou a temer pela crise financeira, pois este é um evento que está cada vez mais tradicional entre os roraimenses.

“Boa parte do nosso estoque já foi embora na sexta. Eletrodomésticos, fritadeiras, sanduicheira, liquidificadores. Para nós, não é uma grande surpresa toda essa reação apesar da crise. Geralmente, não há crise que afete uma Black Friday, pois as pessoas fazem questão de segurar suas economias para este momento”, afirmou.

Shoppings registram crescimento de 30% nas vendas

O movimento intenso foi visível durante a madrugada em shoppings da Capital (Foto: Divulgação)

Em ambos os shoppings de Boa Vista houve crescimentos expressivo de clientes em relação ao ano passado. O dia de descontos, inclusive, chegou a ser prolongado para até domingo, 25, nos dois locais.

No Pátio Roraima Shopping, localizado no bairro Caimbé, foram mais de 30 mil pessoas nas 23 horas de sexta em que o empreendimento esteve aberto, com 20 lojas abrindo no horário de 0h01. De acordo com a assessoria, houve crescimento entre 30% a 40% nas vendas gerais, em comparação com o mesmo período de 2017. E, apesar de números totais ainda não terem sido apurados, a estimativa inicial é de que 70 mil pessoas foram ao local durante todo o final de semana.

Uma das lojas chegou a ultrapassar a marca dos 110% de crescimento em vendas, em relação ao ano anterior. O gerente geral da empresa, Alves Albuquerque, comentou que espera um balanço final ainda mais otimista. “Dobramos as nossas vendas do ano passado. O resultado foi brilhante! A expectativa até o encerramento é extremamente otimista, dada a visível busca dos nossos clientes por produtos de qualidade”, enfatizou.

No Roraima Garden Shopping, cerca de 95% das lojas abriram as portas a partir de meia-noite de sexta, e os números também são expressivos, com aumento de 28% nas vendas, somente na sexta-feira, 23, em relação ao mesmo dia de Black Friday do ano passado. Da mesma forma, a data foi estendida para domingo, 25. Segundo informado por sua assessoria, os itens mais vendidos foram televisores, eletrodomésticos, calçados e vestuário.

Segundo a especialista em Varejo do Garden, Mayara Queiroz, os números foram surpreendentes diante da crise que o Estado está passando. “O brasileiro, a cada ano que passa, acredita ainda mais nesta data. As empresas entenderam que os descontos devem ser reais e mesmo diante da crise, que Roraima está vivenciando, os números são impressionantes”, comentou.

Comerciantes contam que furtos aumentaram por conta da Black Friday

A Black Friday não foi apenas de comemorações nos shoppings da capital. Os proprietários de várias lojas registraram uma serie de furtos durante a correria que aconteceu na Black Friday. “Ainda não temos uma estimativa dos prejuízos, mas muito foi levado das lojas isso temos certeza”.

Até mesmo clientes narraram que foram testemunhas de uma série de furtos em estabelecimentos comerciais que participavam das promoções. Uma testemunha disse que viu uma mulher aproveitar o grande fluxo de pessoas nas lojas para cometer os furtos. “Eles saíam correndo com os produtos das lojas e alguns colocavam nos bolsos outros nem isso traziam nas mãos mesmo. Vi vários casos”. As assessorias dos shoppings negaram que tivesse registro de casos envolvendo os estabelecimentos.