Além de visível descaso com os moradores do Residencial Vila Jardim, localizado no bairro Cidade Satélite, na zona Oeste da Capital, a situação de esgoto entupido naquele conjunto habitacional é desumano, pois os dejetos transbordam em via pública ou a água fétida e contaminada retorna para dentro dos apartamentos de alguns condomínios.
Os moradores já procuraram a imprensa, que tem denunciado o grave problema com certa frequência, e também ligaram para a Companhia de Água e Esgoto de Roraima (Caer), que chegou ao cúmulo de mandar os contribuintes aguardarem até um mês para a solução do problema, que só se agravou, tornando-se uma questão de saúde pública.
Enquanto ignora as denúncias e os apelos dos moradores, a Caer faz questão de anunciar nas redes sociais que vem mantendo equipes técnicas atuando em regime de plantão para atender especificamente a Exposição Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr). A leniência com que é tratado o Vila Jardim é a mesma com denúncias de falta de água nos bairros e municípios, bem como o lançamento de esgoto em igarapés que cortam a Capital, incluindo o Mirandinha e o Caxangá.
No Condomínio Angelim, no Vila Jardim, há mais de uma semana o esgoto está transbordando a céu aberto, poluindo o meio ambiente, a ponto de atrair urubus que disputam o local, complementando um cenário de fedentina e lama contaminada que se espalha em via pública.
A situação é mais crítica no Condomínio Cedro, no mesmo residencial, pois há meses que o esgoto extravasa em via pública e até retorna para os apartamentos por meio do ralo da cozinha ou do vaso sanitário, tornando a vida dos moradores um terror diário a ser enfrentado, em meio à fedentina, sujeira e contaminação do ambiente, afetando a qualidade de vida e colocando a saúde das pessoas em risco.
Inclusive, os moradores do Bloco 8 do Condomínio Cedro procuraram a Folha de Boa Vista, no dia 15 de julho deste ano, para denunciar a grave situação, apontando sérios riscos para as crianças, que são obrigadas a brincar perto da lama contaminada. Afirmaram que o mesmo problema ocorreu em março, revelando um problema recorrente diante da morosidade da empresa em resolver a questão.
É necessário que os órgãos fiscalizadores tomem providência, pois os políticos só ligam para aquele local em tempo de campanha eleitoral, quando eles fazem procissão atrás do voto daquelas famílias. A questão do esgoto extrapolou qualquer bom senso. Não é possível admitir mais aquela realidade diante do visível descaso.
*Colunista