Com jaleco branco, estetoscópio no pescoço e um sorriso no rosto, Walter Lucena, de 69 anos, conquistou o público da 43ª Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr). Conhecido como Doutor Churros, ele vende o tradicional doce com uma verdadeira experiência médica.
À Folha, Lucena contou que o “Doutor Churros” surgiu há cerca de dois anos e meio, mas empreende há mais de duas décadas com o ramo alimentício, que começou vendendo crepes em Manaus, no Amazonas. Segundo ele, em meio há tantos empreendimentos iguais, o segredo é inovar.
“Minha esposa trabalha no hospital, mesmo sendo na área veterinária, e ela me ajudou com a ideia. Conseguimos jaleco, estetoscópio, tudo por doação. Isso chama a atenção e faz a diferença, porque não é só mais um carrinho de churros. A indumentária, a higiene, o bom atendimento, tudo conta”, explicou Doutor Churros.
Conforme o especialista em churrologia, a concorrência durante as noites do evento foi alta. No entanto, isso não foi motivo de desânimo. Aos 69 anos e mesmo aposentado, Walter ainda afirmou que a possibilidade de estar parado não passa pela sua cabeça.
“A vida é movimento, né? É como uma bicicleta: parou, cai. Hoje em dia, a aposentadoria no Brasil não dá para nada, nem para pagar aluguel, imagina água e luz. A gente tem que estar ativo, se não a gente enferruja”, refletiu.
Uma experiência médica
Na barraca do Doutor Churros, a experiência médica também vale na hora do pedido. Seu carrinho, organizado como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de sabores, oferece churros recheados em sabores como chocolate, doce de leite, requeijão e morango. “Hoje, estou com cinco UTI’s aqui”, brincou.
É assim que o empreendedor oferece o doce, que é apenas parte da experiência que mistura sabor, bom humor e inspiração. Segundo ele, na capital, ele se encontra em frente à Universidade Paulista, bairro Caimbé, e na Praça Germano Sampaio.