O técnico em enfermagem Vilson Souza, de 27 anos, morreu após ser flechado por agente de saúde indígena, na comunidade Maraxi-u na região do Surucucu, na Terra Yanomani, na manhã deste sábado, 9.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, Vilson teria sido atingido abaixo da axila e a fecha teria atravessado o pulmão dele. O motivo do ataque seria porque Vilson teria tirado o celular do indígena que estava carregando para colocar o dele, o que o Yanomani não teria gostado e teria flechado a vítima, que morreu no local.
O corpo dele está sendo removido da comunidade de helicóptero e será levado para o Instituto Médico Legal (IML) em Boa Vista.
Servidores que atuam nas comunidades indígenas denunciaram à Folha a falta se segurança no local. “Estamos sem segurança e a Força Nacional está só de enfeite”, disse o denunciante que preferiu não se identificar.
Ministério da Saúde desligou funcionário
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que determinou o desligamento do agente indígena de saúde do cargo na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) da Aldeia Maraxiú.
Além disso, teria sido recomendado pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) a retirada da equipe que atuava no território, o movimento estaria sendo acompanhado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
De acordo com a pasta, um boletim de ocorrência será registrado na Polícia Civil de Roraima e todas as medidas cabíveis serão tomadas após a investigação.
Corpo chegou em Boa Vista ainda na tarde se sábado
De acordo com informações obtidas pela redação, o corpo de Vilson chegou em Boa Vista por volta das 16h. Ele foi transportado em um avião de pequeno porte da comunidade indígena à capital.
Casa de Governo de pronuncia
A Casa de Governo, que concentra as ações do governo federal para proteção aos yanomami divulgou a seguinte nota:
“O incidente ocorrido, que resultou na morte de um técnico em enfermagem, é profundamente lamentado. A Força Nacional e a Casa de Governo permanecem empenhadas em criar um ambiente seguro para que os agentes de saúde, servidores da Funai e demais profissionais possam atuar em benefício das comunidades Yanomami e Ye’kwana, contribuindo diretamente para a saúde e o bem-estar das famílias indígenas.
A Casa de Governo e a Força Nacional reforçam seu compromisso com a segurança dentro da Terra Indígena Yanomami, onde têm atuado continuamente para proteger os direitos das comunidades Yanomami e Ye’kwana e proteger o território de ameaças, especialmente relacionadas ao garimpo ilegal.
A Força Nacional está presente com efetivo em 14 bases dentro da Terra Indígena, desempenhando um papel importante na proteção territorial dessas comunidades e garantindo a segurança das equipes de saúde e dos servidores da Funai.”