As acompanhantes de pacientes colostomizados procuraram a Folha para denunciar problemas que estariam enfrentando com a entrega de bolsas de colostomia na Policlínica Coronel Mota. De acordo com os relatos, há mais de três semanas eles não recebem o material necessário para seus familiares em tratamento de ostomia, procedimento que resulta em uma abertura na parede abdominal.
Segundo as mulheres, sempre que vão à unidade buscar os insumos, são informados que não há bolsas disponíveis, sem previsão de quando o material será entregue. “Meu esposo faz uso da bolsa de colostomia há 10 meses e todas as vezes que a gente vem aqui para buscar não tem. Primeiro eles dizem que não tem, aí algumas vezes eles reduzem a quantidade. Já entregaram 15 ou só 20 vinte bolsas. E agora não tem mais há três semanas”, relatou Antonia Silva.
A reclamação não se limita apenas à falta de bolsas, mas também na consequência que o desabastecimento causa na renda, uma vez que o insumo é trocado diariamente. Conforme Lorelay Bentes, que busca bolsas para a filha de 17 anos, uma bolsa custa R$ 29.
“Não tem e aí tem que comprar, e para comprar é caríssimo. O paciente usa uma a cada dia, quanto que não sai no mês? É quase mil reais. Ninguém tem condições para isso não”, explicou a mãe.
A denúncia de falta de bolsas no Coronel chegou a ser registrada na ouvidoria na semana passada, de acordo com Antonia, mas até o momento não houve retorno. A Folha procurou a Secretaria de Saúde (Sesau) para mais informações e aguarda retorno.
O que diz a Sesau
A Secretaria de Saúde informa que, embora seja uma competência da Atenção Básica, por meio das Unidades Básicas de Saúde (Portaria nº 2.436/2017, do Ministério da Saúde), os pacientes relatados na demanda retiraram as bolsas de colostomia na Policlínica Coronel Mota entre os meses de setembro, outubro e novembro.
Informa ainda que, se a quantidade disponibilizada não for suficiente, os pacientes podem procurar uma UBS mais próxima de sua casa e solicitar a retirada.