Trabalhadores da saúde que atuam nas áreas indígenas de Roraima podem entrar em greve, após o assassinato do técnico de enfermagem, Vilson Souza, com uma flechada. O relato é de sensação de insegurança na região, frente ao ocorrido.
A informação foi repassada à FolhaBV pela Diretora Presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviços de Saúde do Estado de Roraima (Siemesp/RR), Joana Gouveia Mendes.
Segundo Joana, o Sindicato está convocando todos os seus membros para uma assembleia geral extraordinária a ser realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Roraima (Sintras-RR), localizado na Rua Rotary, nº 351, bairro Mecejana, a partir das 08h30 de sexta-feira, 15 de novembro.
“O intuito é de pleitear melhores condições de segurança e meio ambiente de trabalho, tendo em vista o homicídio de trabalhador em território indígena Yanomami”, pontuou Joana.
A votação é para deflagração de greve ambiental por tempo indeterminado a partir do dia 21 de novembro, dos trabalhadores vinculados ao Distrito Sanitário Indígena Yanomami e Leste de Roraima, da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (Sesai), contratados pelas organizações não governamentais conveniadas à Missão Evangélica Caiuá e Fundação São Vicente de Paulo de Paraopeba.
Relembre o caso
O técnico de Enfermagem Vilson Souza, de 27 anos, faleceu no dia 09 de novembro, na comunidade Maraxiú, região do Surucucu, vítima de uma flechada. O suspeito de ter cometido o crime é um agente indígena de saúde da Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI).
Conforme levantamento da FolhaBV, Vilson teria sido atingido por uma flecha após discutir com o agente. A discussão foi supostamente motivada por Vilson ter retirado o celular do agente da tomada para carregar o seu próprio aparelho.
Frente ao ocorrido, o Ministério da Saúde anunciou algumas medidas, como a retirada da equipe da região e acompanhamento da ação por parte da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), além do apoio aos familiares de Vilson.
Na ocasião, os trabalhadores indígenas chegaram a relatar que se sentiam inseguros na região e que “a Força Nacional está só de enfeite”. Um dos profissionais informou ainda que, um dos responsáveis pela unidade de saúde lamentou o ocorrido, mas que o polo UBSI Maraxiú “não pode ficar fechado e na próxima quinzena será reativado”.