Uma comitiva de juízes e desembargadores visitou, nesta terça-feira (19), a mobilização contra o marco temporal, que ocorre há 22 dias na comunidade Sabiá, região do Alto São Marcos, na Terra Indígena São Marcos.
A visita teria buscado fortalecimento à luta dos povos indígenas e reafirmação do compromisso com os direitos previstos na Constituição Federal. Segundo o Conselho Indígena de Roraima (CIR), lideranças, especialmente mulheres indígenas, expressaram suas preocupações quanto ao impacto do marco temporal nos territórios tradicionais.
“Já sabemos que sofrimento vai causar o marco temporal, sofrimento que vamos enfrentar quando for inserido na Constituição brasileira”, afirmou a liderança e professora, Tereza Macuxi.
As lideranças ainda teriam pedido que as vozes dos povos indígenas sejam levadas ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Juízes, ministros, levem nossa voz. Coloquem na mesa de conciliação que retirem o marco temporal. Que ele seja revogado e enterrado”, clamaram.
Conforme o CIR, o movimento indígena ainda aguarda a presença de parlamentares da bancada federal de Roraima e dos senadores, convidados desde o início da mobilização. Até o momento, nenhum representante compareceu.
Mobilizações foram reativadas
Além da mobilização no Alto São Marcos, outros atos foram retomados em diferentes regiões de Roraima. Ontem (18), comunidades indígenas da região Serra da Lua reativaram a mobilização na Terra Indígena Tabalascada, localizada na BR-432, no município de Cantá.
Já na sexta-feira (15), a Terra Indígena Raposa Serra do Sol também registrou novos atos, com mobilizações nas regiões Raposa e Baixo Cotingo, concentradas na comunidade indígena Jacarezinho. Com as mobilizações sem previsão de término, as comunidades reafirmam que a luta seguirá firme enquanto persistirem ameaças aos direitos conquistados pelos povos indígenas.