Cotidiano

Roraima já registrou cerca de 100 casos de estupro em 2018

Dados são do início do ano até setembro, com base em levantamento da Polícia Civil em algumas das delegacias do Estado; previsão é que o número suba com a verificação dos registros em todas as unidades

Dados da Polícia Civil Estadual apontam que foram registrados 95 casos de crimes contra a dignidade sexual e estupro em Roraima até setembro deste ano. O índice é bem abaixo do que foi percebido nos anos anteriores, mas a previsão é que os números aumentem até dezembro.

Isso se dá por conta das paralisações dos servidores estaduais em razão dos salários atrasados, inclusive aqueles responsáveis pelas estatísticas e levantamento de dados nas delegacias do Estado. A informação do Governo, por exemplo, é que os 95 casos foram analisados somente em algumas das unidades e se encontram defasados.

Levando em consideração os períodos anteriores, confirma-se a disparidade entre os números. Até setembro foram somados 48 casos de estupro, 34 de estupro de vulnerável e 13 tentativas de estupro, de acordo com a Polícia Civil.

Nos levantamentos anteriores foram contabilizados um total de 284 casos em 2016, entre ocorrências de estupro (187), estupro de vulnerável (56) e tentativa de estupro (41). Já em 2017, foram 326 no total, sendo a maioria de estupro de vulnerável (173), seguidos de estupros (113) e tentativas (40).

MÉDIA MENSAL – Outro fator que aponta a possibilidade de aumento é que o Estado tem mantido a média mensal de ocorrências, conforme o Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente. O levantamento feito pela Folha nos últimos dois meses, com base em reportagens da editoria de polícia, demonstrou que foram registrados três casos de violência sexual em outubro.

Ainda conforme a Folha, mais cinco foram contabilizados em novembro inclusive casos que ganharam repercussão no Estado, como o de uma criança menor de seis anos que foi atacada ao sair de casa para comprar pão e de uma jovem paciente internada no Hospital Geral de Roraima (HGR).

Crianças e adolescentes do sexo feminino foram as principais vítimas e os suspeitos são majoritariamente do gênero masculino, que tinham relação próxima das jovens. Na maioria membros da família.

De acordo com a delegada Jaira Farias, titular do Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente, embora pareça um alto registro, a média é normal para o Estado. “Acredito que esteja dentro da média, de cinco ocorrências ao mês”, afirmou.

Para evitar esse tipo de tragédia, a orientação de Jaira é que os pais ou responsáveis se mantenham em alerta ao comportamento da criança e adolescente ou que mantenham um ambiente de livre acesso, para que a vítima se sinta confortável para compartilhar qualquer acontecimento.

“Infelizmente, a agressão vem de dentro de casa, de pessoas da família, pessoas próximas, vizinhos, tios, padrastos”, elencou. “Por isso a importância de estar sempre vigilante e tomar as medidas cabíveis para evitar as ocorrências”, completou a delegada.