Dados da Polícia Civil Estadual apontam que foram registrados 95 casos de crimes contra a dignidade sexual e estupro em Roraima até setembro deste ano. O índice é bem abaixo do que foi percebido nos anos anteriores, mas a previsão é que os números aumentem até dezembro.
Isso se dá por conta das paralisações dos servidores estaduais em razão dos salários atrasados, inclusive aqueles responsáveis pelas estatísticas e levantamento de dados nas delegacias do Estado. A informação do Governo, por exemplo, é que os 95 casos foram analisados somente em algumas das unidades e se encontram defasados.
Levando em consideração os períodos anteriores, confirma-se a disparidade entre os números. Até setembro foram somados 48 casos de estupro, 34 de estupro de vulnerável e 13 tentativas de estupro, de acordo com a Polícia Civil.
Nos levantamentos anteriores foram contabilizados um total de 284 casos em 2016, entre ocorrências de estupro (187), estupro de vulnerável (56) e tentativa de estupro (41). Já em 2017, foram 326 no total, sendo a maioria de estupro de vulnerável (173), seguidos de estupros (113) e tentativas (40).
MÉDIA MENSAL – Outro fator que aponta a possibilidade de aumento é que o Estado tem mantido a média mensal de ocorrências, conforme o Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente. O levantamento feito pela Folha nos últimos dois meses, com base em reportagens da editoria de polícia, demonstrou que foram registrados três casos de violência sexual em outubro.
Ainda conforme a Folha, mais cinco foram contabilizados em novembro inclusive casos que ganharam repercussão no Estado, como o de uma criança menor de seis anos que foi atacada ao sair de casa para comprar pão e de uma jovem paciente internada no Hospital Geral de Roraima (HGR).
Crianças e adolescentes do sexo feminino foram as principais vítimas e os suspeitos são majoritariamente do gênero masculino, que tinham relação próxima das jovens. Na maioria membros da família.
De acordo com a delegada Jaira Farias, titular do Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente, embora pareça um alto registro, a média é normal para o Estado. “Acredito que esteja dentro da média, de cinco ocorrências ao mês”, afirmou.
Para evitar esse tipo de tragédia, a orientação de Jaira é que os pais ou responsáveis se mantenham em alerta ao comportamento da criança e adolescente ou que mantenham um ambiente de livre acesso, para que a vítima se sinta confortável para compartilhar qualquer acontecimento.
“Infelizmente, a agressão vem de dentro de casa, de pessoas da família, pessoas próximas, vizinhos, tios, padrastos”, elencou. “Por isso a importância de estar sempre vigilante e tomar as medidas cabíveis para evitar as ocorrências”, completou a delegada.