Condenado a 202 anos na Operação Arcanjo, Luciano Queiroz deixa prisão

Condenado a 202 anos na Operação Arcanjo, Luciano Queiroz deixa prisão

O ex-procurador de Roraima, Luciano Queiroz, e condenado a 202 anos pelo crime de estupro de vulnerável, no âmbito da Operação Arcanjo, foi posto em liberdade no dia 18 de novembro. O alvará de soltura foi expedido pelo desembargador Leonardo Cupello.

Segundo informações obtidas pela Folha, Queiroz agora cumpre pena no regime semiaberto e deve ser monitorado pela Casa do Albergado, com a obrigação de assinar presença uma vez por mês. O ex-procurador já tinha deixado a prisão em 2023, mas retornou cinco dias depois ao Comando de Policiamento da Capital (CPC), após romper a tornozeleira eletrônica.

Operação Arcanjo

Luciano Queiroz foi condenado em 2009 no âmbito da Operação Arcanjo, que iniciou em 6 de junho de 2008 e teve por finalidade reprimir o tráfico de drogas, crimes de pedofilia, prostituição, dentre outros. Na época, oito pessoas foram presas, incluindo Lidiane Foo, responsável por agenciar as vítimas, todas meninas com idade entre 6 e 17 anos.

As investigações, que iniciaram em janeiro daquele ano, revelaram um esquema que explorava sexualmente as meninas e contava com a participação de autoridades, servidores públicos e empresários do estado de Roraima.

Durante as investigações autorizadas pela Justiça foram interceptadas ligações telefônicas e imagens sobre o comércio sexual de crianças e adolescentes. Ficou claro na interceptação a dissimulação utilizada pelos aliciadores e clientes para retirar crianças e adolescentes da casa dos pais a fim de submetê-las a abusos sexuais, bem como, a ida de aliciadores às escolas para buscar meninas com o objetivo de realizar programas sexuais.

Além do aliciamento, na casa de Lidiane havia um intenso comércio de drogas e uso substâncias entorpecentes para as menores antes e durante os programas sexuais. A mulher aliciava, inclusive, sua própria filha, menor de idade.

Em razão da gravidade dos fatos e da repercussão gerada à época, vítimas e réus foram ouvidos pela CPI da Pedofilia no Senado.