No Brasil, cerca de 72% da população sofre de distúrbios relacionados ao sono

Entre os distúrbios mais comuns estão a insônia e a apneia obstrutiva do sono

Em muitos casos, o verdadeiro obstáculo são os distúrbios do sono, condições que vão além do desconforto e exigem diagnóstico e tratamento especializados (Foto: Divulgação)
Em muitos casos, o verdadeiro obstáculo são os distúrbios do sono, condições que vão além do desconforto e exigem diagnóstico e tratamento especializados (Foto: Divulgação)

Quando se trata de melhorar a qualidade do sono, o Dr. Lucas Vaz Padial destaca que, embora a primeira ideia que venha à mente seja o conforto – como um colchão de molas ensacadas, um travesseiro de plumas ou um edredom de algodão –, esses elementos nem sempre são suficientes para garantir o descanso necessário ao corpo e à mente. Em muitos casos, o verdadeiro obstáculo são os distúrbios do sono, condições que vão além do desconforto e exigem diagnóstico e tratamento especializados.

Segundo o especialista, muitos desses distúrbios passam despercebidos ou são tratados de forma inadequada, o que pode acarretar sérias consequências para a saúde. Estresse, fadiga e indisposição são alguns dos sintomas mais imediatos. No entanto, o Dr. Lucas ressalta que estudos indicam correlações preocupantes entre distúrbios do sono e doenças como depressão, hipertensão e problemas cardíacos, mostrando que o impacto vai muito além de uma noite mal dormida.

Entre os distúrbios mais comuns estão a insônia e a apneia obstrutiva do sono. O Dr. Lucas explica que, embora ambos prejudiquem a qualidade do sono, suas causas e tratamentos são diferentes. A insônia, frequentemente associada à ansiedade, tem um componente neurológico e pode ser tratada com Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ou, em casos mais graves, com o uso de medicamentos. Já a apneia do sono é uma condição respiratória, caracterizada pela obstrução das vias aéreas durante o sono, geralmente devido à anatomia da garganta ou do palato. Para diagnosticar a apneia, é fundamental realizar a polissonografia, um exame que avalia atividades cerebrais, respiratórias e musculares durante o sono. O tratamento, conforme aponta o médico, pode incluir o uso de CPAP (um aparelho que mantém as vias aéreas abertas) e fisioterapia respiratória.

Além dos tratamentos específicos, o Dr. Lucas enfatiza o papel da prática regular de atividades físicas na melhoria da qualidade do sono. Ele ressalta que exercícios físicos reduzem o estresse, fortalecem os músculos e ajudam a controlar o peso, fatores diretamente ligados a um sono mais saudável. Pesquisas mostram que indivíduos que praticam exercícios regularmente têm menos dificuldade para adormecer e desfrutam de um sono mais profundo e restaurador.

No Brasil, cerca de 72% da população sofre de algum distúrbio relacionado ao sono, segundo o especialista, sendo a insônia a condição mais prevalente. O Dr. Lucas identifica o sedentarismo, a alimentação inadequada e o uso excessivo de telas, especialmente à noite, como os principais agravantes desse cenário. Ele alerta para a importância de buscar ajuda profissional ao notar sintomas persistentes, evitando que os distúrbios se tornem crônicos e comprometam seriamente a saúde.

Para o Dr. Lucas Vaz Padial, o sono é essencial para o funcionamento saudável do corpo e da mente. Ele ressalta que cuidar da qualidade do sono vai muito além de escolher um bom colchão. A identificação precoce e o tratamento correto de distúrbios do sono são fundamentais para prevenir problemas graves e melhorar significativamente a qualidade de vida. “Se você tem dificuldades para dormir, não ignore os sinais do seu corpo – a consulta com um especialista pode ser o primeiro passo para uma noite de sono realmente reparadora”, conclui.