Servidores protestam durante inauguração da Casa da Mulher

A cerimônia de inauguração da Casa da Mulher Brasileira (CMB) de Boa Vista, em Roraima, foi marcada por protestos na tarde desta segunda-feira, dia 3. Servidores públicos estaduais realizaram manifesto para cobrar salários atrasados há mais de três meses.

Com cartazes com os dizeres “Estamos sem comida” e “salário”, o protesto ocorreu enquanto a representante da Governadora Suely Campo, a  Secretária do Setrabes e filha da governadora, Emília Campos, discursava.

Ao ser questionada sobre os protestos, Emília Campos relatou que é um direito dos servidores realizarem o manifesto, mas deu ênfase a inauguração.

“É uma manifestação democrática e nada disso impediu de estarmos aqui inaugurando essa casa que é um grande legado e é um instrumento que não se tem em qualquer estado, vale ressaltar que é a única da região norte,” disse a secretária.

Inauguração – O evento contou também com a presença de representantes da Defensoria Pública do Estado, Tribunal de Justiça de Roraima e da secretária nacional de Políticas Públicas para Mulheres. O Estado é o primeiro estado da região Norte a receber uma unidade da Casa da Mulher Brasileira.

Para a secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Andreza Colatto, o local é um ponto de acolhimento  no estado mais violento do Brasil para mulheres.

“ Ela encontra aqui tudo o que ela precisa, para que não precise se deslocar a vários lugares, a mulher é acolhida, tem atendimento psicossocial, e no caso de medida de medida protetiva a mulher é levada a um abrigo em local sigiloso para que ela fique segura e longe do seu agressor ,”afirmou.

A Casa reúne Juizado Especial, Núcleo Especializado da Promotoria, Núcleo Especializado da Defensoria Pública, Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, alojamento de passagem, brinquedoteca, apoio psicossocial e capacitação para a autonomia econômica.

A unidade em Roraima está situada no bairro de São Vicente, em Boa Vista, e representa um investimento de R$ 10,5 milhões do Governo Federal para construção. Soma-se ao montante mais 8 milhões, a título de manutenção, que serão liberados por meio de convênio celebrado entre Governo Federal e Governo Estadual.

Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher indicam que foram registradas 84 denúncias de violência contra a mulher em Roraima no primeiro semestre de 2018, o que representa aumento de 75% no comparativo com o primeiro semestre de 2017.

De acordo com o mapa da violência de 2015, Roraima apresenta o maior número de homicídios de mulheres.