JESSÉ SOUZA

Acidentes de trânsito corriqueiros e os novos inconsequentes motorizados

Bicicletas elétricas passaram ser um novo desafio no trânsito boa-vistense marcado por imprudências (Foto: Divulgação)

Andar por Boa Vista se torna um bom exercício para perceber a imprudência no trânsito que tem provocado vítimas diárias a qualquer hora do dia e da noite, especialmente nos horários de picos nos bairros mais populosos. Muitos desses acidentes sequer vão para as estatísticas de trânsito e dos hospitais, pois os casos são resolvidos no local por provocarem apenas danos materiais e pequenas lesões (ou nem isso).

Nas últimas semanas, acidentes que resultam em graves ferimentos (inclusive amputações) e mortes estão sendo registrados com uma grande frequência, implicando ainda no aumento da demanda nas unidades de saúde. Motociclistas e ciclistas estiveram envolvidos em boa parte dos casos, inclusive com mortes que poderiam ter sido evitadas se os condutores respeitassem o básico, a exemplo de velocidade dentro do limite.

Uma questão que tem aumentado os riscos de acidentes é o expressivo número de pessoas conduzindo bicicletas elétricas (e-bikes) sem qualquer noção de trânsito e agindo como se fossem bicicletas comuns, sem qualquer equipamento de segurança ou iluminação noturna, não respeitando as mais básicas regras, como a velocidade, inclusive passando em sinal vermelho, fazendo manobras bruscas nos corredores de carro, andando na contramão e atravessando a pista em locais mais improváveis.

O poder do motor elétrico os elevou aos novos inconsequentes, especialmente adolescentes. Somando-se isso ao grande número de motociclistas já naturalmente imprudentes e aos que trabalham com delivery sempre em alta velocidade, as ruas e avenidas da Capital tornaram-se um tormento. E ainda há os motoristas de carros que dirigem com toda imprudência possível, fazendo ultrapassagens de forma irregular e não querendo assumir sua responsabilidade em respeitar motos e bicicletas, da mesma forma que estes não querem respeitar pedestres.

Não restou ao poder público municipal usar de todo o seu aparato para implantar redutores de velocidades de todos os tipos, inclusive ressuscitando os antigos quebra-molas, além dos temidos “pardais” que estão em pontos estratégicos para multar os apressados e os que não querem respeitar limites de velocidade. Não fosse isso, a imprudência seria muito maior e a guerrilha urbana no trânsito estaria produzindo muito mais feridos, mutilados e mortos.

Além dos novos imprudentes de bicicletas elétricas, que não precisam de qualquer habilitação nem limite de idade, o que coloca no trânsito mais pessoas sem qualquer noção de regras, leis de trânsito e de equipamentos de proteção, existem os condutores de carro e moto que não são habilitados – inclusive uma motociclista não habilitada morreu debaixo de um ônibus na semana passada.

A questão é que algo urgente precisa ser feito pelas autoridades de trânsito, pois o caos que está sendo produzido por inconsequentes e não habilitados, além dos habilitados irresponsáveis, que já mostraram que não querem ser conscientizados nem estão preocupados com as sinalizações eletrônicas, coloca toda população em risco, e não somente quem tem veículos.  O grande desafio para 2025 está muito evidente no trânsito boa-vistense para que a paz seja devolvida aos cidadãos.

*Colunista

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