As ações de combate à febre aftosa continuam apresentando resultados positivos, conforme avaliação da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr). Com a 36ª etapa da campanha encerrada no mês de outubro, a organização calcula uma média 94,84% de vacinação do rebanho que tem de até 24 meses, um total de 295.263 cabeças de gado vacinadas nessa faixa etária.
Ao todo, são 311.337 cabeças de boi até 24 meses, que representam 37% de todo rebanho roraimense, que é calculado em 850 mil pela Agência. A próxima fase da campanha, que vai abranger todo rebanho roraimense, está prevista para ser iniciada em abril de 2019.
“Essa condição de vacinar os animais até 24 meses foi permitida porque reuníamos as três diretrizes determinadas pelo Ministério da Agricultura: cobertura vacinal acima de 85% nas campanhas, estarmos livre de febre aftosa com certificação reconhecida e ter um cadastro consolidado, onde os criadores são cadastrados nesse sistema informatizado”, explicou o presidente da Aderr, Gelb Platão.
LIVRE DA AFTOSA – Roraima está livre da aftosa com vacinação desde 2016, quando recebeu o certificado nacional. Desde a data, passou a comercializar a carne bovina para outros estados brasileiros. Em meados de abril deste ano, o estado foi certificado internacionalmente na 86ª Assembleia da Organização Nacional da Saúde Animal, em Paris, dando a possibilidade de exportação da carne roraimense.
Terras indígenas atingem 100% de vacinação
Nas terras indígenas, nos municípios de Uiramutã, Normandia e Pacaraima, foram vacinados 50.437 gados nesta fase. Contudo, o presidente da Aderr justificou que na comunidade Raposa Serra do Sol foram vacinados todos os animais, independentes da idade, diferente dos outros municípios.
Os dados da Raposa Serra do Sol e também da comunidade São Marcos ainda não foram lançados na planilha oficial com os demais municípios, mas após a inserção o percentual calculado pela Agência pode aumentar e chegar, ao menos, em 97% do rebanho de até 24 meses vacinado em todo estado.
Esses locais, que são classificados como ‘Agulha Oficial’, recebem atenção especial, com a perspectiva de serem vacinados todos os animais e com a doação das doses. As ações feitas nas comunidades indígenas são feitas em parceria da Aderr com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério da Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nas terras indígenas, os trabalhos já foram encerrados após atingir os 100% das cabeças de gado que receberam a vacina.
Criadores inadimplentes serão multados
Vicente Barreto, diretor de Defesa Animal: “Criador de gado está mais consciente da vacinação” (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
De acordo com o diretor de Defesa Animal da Aderr, Vicente Barreto, os criadores que não realizaram a vacinação e nem comunicaram à Aderr ainda estão sendo catalogados pela Agência e devem sofrer sanções até que estejam novamente regularizados pelo sistema.
“Mas foi muito baixo o número de quem não vacinou. Dentre as sanções é, infelizmente, ser obrigado a comprar a vacina com uma autorização nossa e vai fazer a vacinação assistida pela nossa equipe e também vai ser multado pela propriedade e por cabeça de animal não vacinado”, explicou. O valor da multa chega a R$ 1.280 pela propriedade e o criador irá pagar R$ 86 por cada cabeça de gado.
Em comparação com os anos anteriores, o diretor garantiu que estão sendo mantidas as mesmas proporções e afirmou que os pecuaristas estão mais conscientes com a reponsabilidade de realizar a vacinação. Com o encerramento da etapa, dados estão sendo cadastrados no sistema da Agência para identificação os inadimplentes.
Os inadimplentes, após a compra obrigatória da vacina, que custa em torno de R$ 1,80 a unidade, só poderão aplicar a vacina com a presença de uma equipe da Aderr e não terão condições de fazer qualquer tipo de movimentação para venda.
Aderr e Mapa continuam vacinação em municípios venezuelanos
Como uma ação para erradicar a circulação da doença na América Latina, uma operação em parceria com as entidades agropecuárias estaduais e com o governo venezuelano, cabeças de gado bovino estão sendo vacinados em dois municípios venezuelanos próximos da fronteira, sendo Gran Sabana e Sifuentes. Somente com a conclusão dos trabalhos será possível determinar a quantidade de animais que receberam a vacina.
De acordo com Vicente Barreto, no município de Gran Sabana, os trabalhos já estão sendo finalizados e indicam bons resultados. Por estarem também classificados como locais de ‘Agulha Oficial’ da Aderr, a expectativa é que a meta seja de 100%. As vacinas foram doadas por diversos países sul-americanos e devem abranger outras localidades da Venezuela posteriormente. (A.P.L)