Ativista denuncia supostas agressões de ex-companheiro e alerta para relações abusivas

Em resposta à FolhaBV, o acusado negou as supostas agressões e afirmou que Diniz o procurava constantemente para tentar reatar o relacionamento após a separação

Foto: Arquivo Pessoal/Diniz Neto
Foto: Arquivo Pessoal/Diniz Neto

O ativista Diniz Neto, que atua no suporte de famílias LGBTQ+ em situação de vulnerabilidade social em Boa Vista, relatou à FolhaBV supostas torturas por quase cinco horas, que teria sofrido pelo ex-companheiro em julho deste ano. Quatro meses após a situação, Diniz decidiu denunciar e fazer um alerta sobre relacionamentos abusivos, que também assombram casais homoafetivos.

Diniz relata que por volta das 5h da manhã do dia 13 de julho, após uma festa da família, o ex-companheiro pediu a chave do carro do casal para sair de casa. Ao dizer que não sabia onde estava, o ativista relata que o namorado começou com as agressões.

“Ele começou a me dar socos e chutes, mesmo eu dizendo que não sabia onde estava a chave. Ele continuou insistindo de que eu sabia onde estava, mas continuei negando, foi quando ele pegou uma faca e a colocou no meu pescoço”, relata.

Vídeo: Arquivo Pessoal/Diniz Neto

Ainda no relato, Diniz afirma que o ex-companheiro começou com ofensas após o ameaçar com a faca. Após isso, Diniz relata que o homem o levou para tomar banho no lado de fora da casa, em um tanque de lavar roupas, momento em que voltou a dar socos em sua barriga.

Após as agressões, o casal se separou e a vítima, que já fazia acompanhamento psicológico, precisou aumentar doses de remédios controlados e a frequência com que fazia terapia.

“A partir daquele momento, eu percebi que ele não era mais a mesma pessoa quando bebia e abusava de substâncias ilícitas. Nós não tínhamos nenhum problema com ciúmes, mas quando ele bebia se transformava em outra pessoa”, relata o ativista.

Diniz Neto relata que os dois tentaram se reconciliar após a situação. Em agosto deste ano, durante o período eleitoral ambos realizaram trabalhos no ativismo juntos, mas o acusado teria voltado a ser agressivo e após o fim do período eleitoral não tiveram mais contato.

“Estou fazendo esse relato, para alertar sobre vários casos de violência doméstica entre casais LGBT+. Os programas contra violência da Casa da Mulher Brasileira, também acolhem mulheres transexuais e mulheres lésbicas. No grupo Diverrsidade, nós recebemos vários casos de agressões e violência doméstica”, finalizou Diniz.

O caso foi registrado na Casa da Mulher Brasileira e o Ministério Público de Roraima (MPRR), pediu a instauração de inquérito para investigar as agressões.

Outro lado

Em resposta à FolhaBV, o acusado negou as supostas agressões e afirmou que Diniz o procurava constantemente para tentar reatar o relacionamento após a separação. O homem informou também que o ativista chegou até a xingar a sua mãe durante uma discussão, com palavras de cunho lesbofóbico, o atacava constantemente com xingamentos e disse ainda, que a tentativa de levar a situação para a mídia era “uma forma de chamar atenção”.

“Ele diz que defende a comunidade, mas por trás ataca com falas lgbtfóbicas. Eu tenho prints e áudios dele xingando minha mãe com falas lesbofóbicas durante uma discussão”, finalizou o acusado.

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