Uma boa organização começa pela difícil tarefa de estabelecer o que é prioridade. Se organizar é uma tarefa difícil mas que pode trazer benefícios para a saúde mental evitando stress do dia a dia. De acordo com o psiquiatra Alberto Iglesias, as pessoas devem priorizar uma organização tanto pessoal quanto profissional.
“Existem muitas técnicas para aprender a priorizar, e um bom exercício é criar uma agenda de tarefas, e nela especificar o que é importante e urgente” explica o médico. Segundo ele, as tarefas não precisam estar ligadas a grandes causas e ações, mas tarefas cotidianas como ir ao supermercado, preparar um lanche para a hora de fome e de não esquecer de fazer uma revisão no carro.
“Prioridade é aquilo que vai gerar resultado para você, mas isso não necessariamente significa não estar aberto a imprevistos. As pessoas precisam saber lidar com os planos que dão errado, mas ter um bom plano B, pode deixar a situação mais confortável e menos estressante” diz.
No trabalho, a organização está com dividir as tarefas com a equipe e organizar o seu tempo. “Use o período do seu trabalho para organizar as tarefas e não acumular as demandas, com isso você terá mais tempo para organizar sua rotina, e caso algo não esteja correto, você terá um tempo a mais pra corrigir o erro” diz.
Uma boa organização começa pela difícil tarefa de estabelecer o que é prioridade (Foto: Divulgação)
“Analisar o nosso planejamento é um tremendo exercício de autoconhecimento. O primeiro passo é estabelecer premissas básicas, como preservar no mínimo sete horas de sono, ter horários para uma boa alimentação e praticar exercícios físicos” finaliza o médico.
ARTIGO: O urgente e o importante
Por Roberta D’albuquerque
O escritor inglês Alastair Humphreys publicou no último dia 12 um vídeo sobre a diferença entre o urgente e o importante. Ele está escrevendo seu nono livro e resolveu se recolher em uma casa (na verdade uma quase casa, quase caverna, quase buraco em uma pedra) sem luz, nem água para livra-se de distrações que o impediam de concluir o projeto.
Do lado de lá, são dois minutos de montanhas, banhos gelados em pequenas cachoeiras, velas acesas, chás quentinhos. Do lado de cá, um desejo enorme de experimentar esse silêncio, esse se dedicar a um projeto único, essa loucurinha de desligar o telefone e deixar tudo para trás mesmo que com hora para voltar. A aventura de Alastair, por exemplo, durou 3 dias. O ponto final livro, ele confessa nas legendas finais do vídeo, ainda não foi digitado.
Para alguém que nunca acampou, nunca dormiu nem na varanda, a alternativa do escritor soou quase como um chamado. Há de experimentar o novo para mudar, para mandar embora o que nos desconcentra. Como que alguém acostumado a passar horas diante do computador entre teclinhas e anotações tem uma ideia dessas?
Veja bem, já inventaram o google. A um enter de distância descobri que Alastair não é esse alguém. Antes de ser escritor, ele já correu maratonas, atravessou distâncias absurdas de canoa e bicicleta, fez expedições no gelo, subiu montanhas. Para se ter uma ideia, o homem foi eleito, em 2012, Adventurer of the Year pela National Geographic.
Há, inclusive, uma chance gigantesca de que eu seja a última pessoa do mundo que não o conhecia, e de que esteja aqui lhe contando sobre alguém que lhe é familiar, já que seu livro, atenção para o título, Grand Adventures chegou ao top 8 mundial da Amazon.
Três dia na casa de pedra para ele era um refresco. Só um refresco. Para mim, seria o extremo absoluto, seria a Grand Adventure definitiva. O que me faz voltar ao título desse texto. O que é só uma urgência para você, pode ser a coisa mais importante do mundo para mim. O que é uma novidade curiosíssima para mim, pode ser história antiga para você. A possibilidade do silêncio pode representar um presente para uns e um martírio para outros. O mundo é mesmo enorme. Nossa!