A família de Julieta Hernández, artista venezuelana brutalmente assassinada em Presidente Figueiredo (AM), busca justiça e a reclassificação do crime como feminicídio. Julieta, conhecida como a palhaça “Miss Jujuba” no meio artístico, desapareceu em 23 de dezembro do ano passado enquanto viajava de bicicleta de Roraima para a Venezuela. Seu corpo foi encontrado mais de 10 dias depois, enterrado em uma área isolada perto da Corredeira do Urubuí, a 2 km da sede do município.
Circunstâncias do crime
Segundo as investigações, Julieta foi vítima de violência sexual antes de ser assassinada. Thiago Agles da Silva, de 32 anos, e Deliomara dos Anjos Santos, de 29, são acusados de homicídio e ocultação de cadáver. Apesar das evidências e da brutalidade do caso, o crime foi inicialmente registrado como latrocínio, o que gerou a mobilização da família para a reclassificação como feminicídio, um crime de ódio contra mulheres baseado em gênero.
Avanço do Processo
A segunda audiência de instrução do caso está marcada para esta terça-feira (3). O advogado da família, Carlos Nicodemos, enfatizou que o registro como feminicídio é crucial para que a justiça reconheça as motivações de gênero envolvidas no crime. Ele argumenta que essa reclassificação pode garantir que a gravidade do ato seja devidamente avaliada no julgamento.
Impacto Cultural e Social
Julieta Hernández era uma artista dedicada ao teatro e à palhaçaria, conhecida por trazer alegria às comunidades onde se apresentava. Sua morte provocou comoção tanto no Brasil quanto na Venezuela, mobilizando ativistas dos direitos das mulheres e artistas para pressionar por justiça.
Repercussão e contexto
O caso destaca o preocupante cenário de violência de gênero na região amazônica, onde mulheres migrantes e viajantes frequentemente enfrentam situações de vulnerabilidade. A reclassificação como feminicídio não apenas reconheceria a violência sofrida por Julieta, mas também reforçaria a luta contra a impunidade em crimes contra mulheres.
Próximos passos
A decisão sobre a reclassificação do crime caberá à Justiça durante o processo de instrução. Enquanto isso, a família e organizações de direitos humanos seguem mobilizadas, exigindo que o caso seja tratado com a seriedade e sensibilidade que merece.
O desfecho deste caso será acompanhado de perto, sendo um marco importante na luta por justiça e no enfrentamento à violência de gênero no Brasil.
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