Roraima não conhece todo seu potencial de minério, diz geólogo

Avaliação é que Estado possa ampliar sua exportação com a exploração de petróleo da Guiana

Salomão Cruz - Geólogo - Foto - Rádio FolhaBV
Salomão Cruz - Geólogo - Foto - Rádio FolhaBV

O potencial mineral em todo o Brasil e, especialmente em Roraima, ainda não foi devidamente explorado, segundo avaliação do geólogo Salomão Cruz. A análise foi feita em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 01.

O especialista explica que até para atuação do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é difícil para realização de pesquisas e desenvolvimento de estudos, considerando que a maior ocorrência de minérios está presente em áreas de preservação e terras indígenas.

“Se você for avaliar, a Amazônia tem 2/3 do território nacional. São 5 milhões de quilômetros quadrados. Desse total, 2,6 milhões são reservas indígenas e áreas de conservação. Em Roraima, 90% das ocorrências minerais estão dentro de área indígena. O Estado tem ouro o suficiente, tem diamante, tem cassiterita, tem nióbio, prata, fosfato, calcário e tem petróleo”, pontuou.

Além disso, Salomão reforça ainda que também foram encontrados a presença de minérios de prata e ferro nos municípios do Cantá, Bonfim, Alto Alegre e Caracaraí. A expectativa na sua visão é que, por conta da sua localização, há chances de investimento por parte de empresas privadas. “Nós temos uma perspectiva boa de explorar esse minério fora da terra indígena. Tem terras raras (monazita), tem nióbio, tem tântalo, tem zircônio. Todos são minérios que são importantes”, completou. 

Na sua concepção, no entanto, é que no geral “o setor mineral está engessado” e não há interesse de investimento por parte do Governo Federal e entes públicos. Apesar disso, Salomão acredita que possa ocorrer um aumento na exportação de minérios de Roraima, inclusive o granito, considerando o investimento da Guiana nas suas próprias reservas de petróleo.

“As forças das organizações não governamentais são muito fortes. Não vamos conseguir explorar. Eu acho que a gente pode pensar em algum minério fora da área indígena”, completou. “Eu acredito que com a perspectiva de mercado da Guiana, vá abrir um corredor para exportarmos granito até a Europa. Acredito nisso, que temos a ‘tabela periódica’ em Roraima, mas não se sabe o tamanho”, finalizou. 

Confira a entrevista na íntegra: