Cotidiano

A.A. realiza reunião pública para debater alcoolismo

Encontro acontece hoje, 7, no Plenário da Câmara Municipal de Boa Vista e será aberto ao público com o objetivo de tirar estereótipos sobre alcoolismo

“Evite o primeiro gole”. Esse é o lema que representa a irmandade de Alcoólicos Anônimos de Roraima (A.A.) há 41 anos. Por meio de contribuições voluntárias, o grupo trabalha para prestar apoio às pessoas em situação de alcoolismo e tirar os estereótipos que formam o alcoólatra. Em uma dessas ações, a associação irá realizar uma reunião pública hoje, 7, no Plenário da Câmara Municipal de Boa Vista para levar informação à sociedade sobre a doença.

Com a participação da psicóloga Iasmin Rosas Leitão, abordando a temática do “Alcoolismo Como Doença”, a reunião acontece a partir das 9 horas e está aberta para qualquer pessoa interessada no assunto. Membros do grupo também irão participar para contarem experiências sobre a convivência com a doença.

Segundo o coordenador do evento, identificado como R.R., uma das principais ideias do encontro é mostrar quais os funcionamentos da unidade de serviço e recuperação, apontando que a instituição está disponível para o alcoólatra que deseja procurar uma saída da doença.

Em Roraima, são aproximadamente 150 a 180 membros ativos, divididos entre oito grupos de funcionamento, cada um com 15 pessoas em cada reunião, mas que a quantidade pode ser maior se considerado as pessoas que frequentam as reuniões apenas uma vez ou não mantêm um ritmo de comparecimento.

“Nós não trabalhamos com estatística, mas vemos que hoje temos no Estado um número expressivo de membros recuperados que não precisam mais frequentar as reuniões, já que função é justamente a de recuperar e devolver para a sociedade”, relatou. O coordenador explicou que as reuniões feitas no AA são formadas apenas por membros, sem participação de profissionais, com cada um expressando suas dificuldades e superação com o alcoolismo.

Dependentes convivem com alcoolismo por 30 anos sem pedir ajuda

R.R. apontou que a doença se manifesta ao longo dos anos, que dificilmente os sintomas serão percebidos de imediato, tanto pela família quanto pelo indivíduo. “Em algumas situações, as pessoas percebem alguns sintomas em quatro ou cinco anos, mas normalmente a média de um alcoólatra ativo é de 20 a 30 anos dentro do alcoolismo, geralmente passa esse tempo todo”, destacou.

De acordo com o membro do A.A., cada vez mais jovens roraimenses já começam a procurar a associação para buscar apoio, conseguindo evitar que prossigam dentro da doença. Mulheres e pessoas bem-sucedidas também estão buscando os grupos de terapia, o que quebra um estigma que muitos carregam de que o alcoólatra tem apenas um perfil determinado.

“O alcoolismo é uma doença da família, não é uma doença contagiosa, mas contagiante. Muitas vezes é alimentada pela própria família que desconhece que a única saída para o alcoolismo é a abstinência total da bebida. Às vezes acha que a pessoa vai beber menos ou controladamente e acaba dando dinheiro”, criticou. R.R. enfatizou que essa atitude de contribuição financeira acarreta no aprofundamento da doença porque o indivíduo acha que sempre terá suporte familiar.

Unidade está disponível para interessados em apoio

Quem tiver interesse em buscar ajuda dos Alcoólicos Anônimos de Roraima (A.A.), pode procurar a sede da instituição no endereço Rua Parimé, 1123, no bairro São Vicente ou pelo telefone 3623-5030. Não é necessário fazer o pagamento de qualquer taxa para se tornar membro, pois o grupo se mantém por meio de pequenas contribuições dos próprios membros para manutenção dos órgãos de serviços ou compra de alimentos e cafés para as reuniões.“Podem nos procurar, estaremos, inclusive, disponibilizando leituras, folhetos e informações para todas as classes sociais. Tudo à disposição de toda sociedade boa-vistense”, garantiu. O grupo mantém o princípio de anonimato para resguardar o alcoólico, pois ainda existe uma visão equivocada da sociedade em relação ao alcoolismo como doença. (A.P.L)