Parlamento Amazônico reforça risco de crise energética em Roraima com possível interdição de área no AM

Representantes dos estados da Amazônia

Campo do Azulão em Silves (Foto: Eneva/Divulgação)
Campo do Azulão em Silves (Foto: Eneva/Divulgação)

Em meio a uma possível interdição de área de povos indígenas isolados, que pode comprometer a exploração de gás em em Silves (AM), o Parlamento Amazônico reforçou o risco de crise energética em Roraima. A nota de manifestação à recomendação do Ministério Público Federal (MPF) à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi assinada nessa quarta-feira (4).

Segundo o documento, o projeto de exploração de gás é fundamental para a região Norte e para o Brasil, com investimentos de R$ 6 bilhões e mais de 3 mil empregos gerados. Além disso, o Parlamento destaca que cerca de 70% da energia elétrica de Roraima depende da produção de gás no campo Azulão, em Silves, que abastece a termelétrica Jaguatirica II.

“A produção de gás natural em Silves para geração de energia elétrica em Boa Vista respondeu à crise de fornecimento de energia elétrica vinda da Venezuela – que anteriormente atendia o estado de Roraima – e à paralisação das obras do linhão de Tucuruí, que integraria Roraima ao Sistema Interligado Nacional – um projeto atrasado há cerca de 10 anos por judicializações. Roraima é o único estado isolado eletricamente no Brasil. Até 2022, o estado consumia mais de 1 milhão de litros de diesel por dia para geração de energia. A UTE Jaguatirica II, utilizando gás natural, substituiu o diesel, reduzindo custos e emissões de gases de efeito estufa, e reduzindo a frequência de blecautes em mais de 90%”, explica a entidade.

Consequências afetam Roraima e Silves

O Parlamento alerta que a suspensão das atividades poderá gerar apagões e causará prejuízos irreparáveis à população local, afetando diretamente empregos e programas sociais. A nota também questiona a base das alegações que fundamentam a recomendação do MPF no Amazonas, afirmando que a medida carece de comprovações claras sobre a presença de indígenas isolados.

O Parlamento ainda defende que, embora a proteção dos povos indígenas seja uma prioridade, é necessário garantir o equilíbrio entre preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região.

“É imprescindível que as autoridades constituídas tenham a necessária cautela para evitar que alegações não comprovadas se transformem em instrumento político a serviço de ideologias contrárias a investimentos que melhoram a qualidade de vida do povo amazônida”, finaliza a nota.

Interdição de área

O MPF/AM emitiu recomendação para interdição imediata das áreas com a presença de indígenas isolados nas regiões de Mamoriá Grande (município de Lábrea) e Igarapé Caribi (municípios de Silves e Itapiranga). O documento leva em consideração informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que avistaram os indígenas nessa área e fizeram um registro fotográfico.

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