O Tribunal do Júri condenou, nesta quarta-feira (4), Ewerton de Freitas Andrade, de 40 anos, a mais de 29 anos de prisão pelo assassinato do policial militar Uirandê Mesquita e a namorada, Joseane Gomes ocorridos em 2020. A sentença foi dada por volta das 21h, após quase 12 horas de julgamento.
Ewerton era réu confesso, ou seja já havia admitido o crime, e estava sendo julgado por homicídio qualificado causado por motivo torpe, com emprego de asfixia, meio cruel e à traição que dificultou a defesa das vítimas, além de destruição e ocultação de cadáver, dano qualificado, uso substância inflamável e incêndio doloso. A defesa do acusado, formada pelos advogados Diego Rodrigues, Diego Soares e Marcelo Hirano, afirmou à Folha que irá recorrer à sentença.
Com a sentença proferida, a família de Uirandê afirmou que “o julgamento já se conduzia para a condenação” e por isso receberam a notícia de forma “muito tranquila”. Pela manhã, os familiares já haviam afirmado que confiavam na Justiça para um final justo para o caso.
Este é o segundo julgamento relacionado ao caso. Em 2022, o primeiro envolvido, Guilherme Tavares de Paula, foi condenado a 45 anos de prisão pelos mesmos crimes. Segundo a família do policial, Guilherme nunca confessou o crime e ainda recorreu a sentença, o que reduziu a pena a quase 36 anos.
O crime
Segundo o Ministério Público, Ewerton e Guilherme conheciam Uirandê e o atraíram para a casa de Guilherme com um plano premeditado de assassinato por conta de uma dívida de R$ 4,5 mil. Joseane Gomes, que acompanhava o namorado, tornou-se uma vítima inesperada.
Após servirem bebida envenenada a Uirandê, os réus simularam ajuda, mas mataram o casal. Joseane foi brutalmente agredida, morta com um tiro e abandonada em uma rua deserta. Uirandê foi golpeado, enforcado e teve o corpo incendiado junto ao carro em uma vicinal. Conforme o MP, os réus ainda tramaram uma versão para escapar da suspeita de envolvimento no assassinato do casal, mas depois confessaram o crime.