Polícia

Mulher é morta em casa e corpo é achado pelo filho

O suspeito do homicídio é o ex-marido. O menino teria visto o momento em que homem deixou a residência às pressas

Mais um feminicídio é registrado em Roraima. Edilene Silva Mendes, de 34 anos, foi assassinada dentro do próprio quarto, em sua cama. A suspeita é que ela tenha sido estrangulada pelo ex-marido. O crime ocorreu na rua Maú, bairro Araceli Souto Maior, zona oeste de Boa Vista, por volta das 2h da madrugada desse domingo, 9. Ela deixa três filhos, de 13, 10 e 8 anos. O filho mais velho foi quem achou o corpo da mãe. Ele viu quando o pai deixou a casa por volta das 5h da manhã e então resolveu ir ao quarto dela. O menino chamou pela mãe e achou estranho ela não acordar, percebeu também que ela não respirava, foi então que ele pediu ajuda dos vizinhos. A criança disse que o suspeito saiu da residência de forma apressada. Ele teria seguido em direção ao bairro Centenário, que fica nas proximidades da região onde ocorreu o assassinato.

Na noite de sábado, 8, relatos de testemunhas afirmam que a vítima juntamente com as crianças, teria sido convidada pelo suspeito para dar um passeio pela Orla Taumanan e praça Ayrton Senna, no Centro de Boa Vista. A família foi, e segundo os vizinhos o passeio foi tranquilo, mas o ex-marido não quis ir embora e insistiu para ficar na casa, conforme relataram amigos da vítima.

Informações colhidas no local adiantam que eles já estavam separados há mais de um ano, inclusive divorciados, porém o homem não aceitava a separação e sempre rondava a ex-mulher na tentativa de reatar o casamento. Edilene chegou a ser socorrida pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), porém quando a equipe chegou ao local ela já estava sem vida.

A médica constatou a morte e afirmou no laudo que ela apresentava marcas no pescoço que indicaria o estrangulamento. Em conversa com amigas da vítima, a reportagem da Folha também apurou que ela vinha recebendo ameaças do suspeito e teria inclusive registrado um Boletim de Ocorrência contra ele. “Ele dizia para ela: ainda vou te esganar”, afirmou uma testemunha. O corpo da mulher foi removido ao Instituto de Medicina Legal (IML) e liberado ainda no domingo para velório e sepultamento. Até o fechamento desta reportagem, o suspeito de cometer o crime, ainda não havia sido localizado.

DADOS – Viver em um relacionamento abusivo pode levar à morte. Em Roraima, segundo dados do setor de Estatísticas da Secretaria de Segurança do Estado, entre os anos de 2016 e 2018, 35 mulheres perderam a vida vítimas de crimes violentos, dentre os quais 10 foram registrados como Feminicídio (assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino, quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher).

A rotina nas delegacias que atuam com flagrantes e também na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) é movimentada com casos que envolvem a violência contra mulher e que são enquadrados na Lei Maria da Penha.

PEÇA AJUDA – Para atendimento, as mulheres podem buscar ajuda na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) que funciona na Casa da Mulher Brasileira, localizada na rua Uraricoera, sem número, São Vicente. Existe ainda atendimento especializado disponível 24 horas por meio do Zap Chame 98402-0502, que atende capital e interior. O serviço é coordenado pelo Centro Humanitário de Apoio a Mulher (CHAME), da Assembleia Legislativa de Roraima.

Por meio do Disque 180, a mulher pode receber apoio e orientações sobre como resolver o problema. O serviço é nacional e pode ser acionado de qualquer capital brasileira. A denúncia é distribuída para uma entidade local, como a Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) ou Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM), conforme o estado.