A liderança é um dos pilares centrais para o desenvolvimento e a sustentabilidade de uma organização e das pessoas que fazem parte dela. No entanto, a maneira como a liderança é exercida pode determinar o caminho para o sucesso ou para o fracasso, especialmente em um contexto competitivo e dinâmico como o mundo passou a viver sua dinâmica global. Quando a condução de uma organização é marcada por um estilo autoritário, coercitivo e pouco democrático, os impactos tornam-se evidentes tanto nos processos internos quanto nos resultados a curto, médio e longo prazo e o pior, com prejuízos irreversíveis.
A liderança autoritária, muitas vezes caracterizada pela centralização de decisões, imposição de ordens e pouca ou nenhuma abertura ao diálogo, pode gerar ganhos momentâneos, como rapidez na execução de tarefas ou controle rígido de processos. Contudo, esses resultados geralmente vêm acompanhados de custos significativos, especialmente no ambiente humano da organização. Essa afirmação colabora com a máxima que vemos empresas crescendo vertiginosamente no mercado, mas quando temos acesso ao seu quadro de servidores, identificamos pessoas com a auto estima baixa, frustrações em relação aos seus sonhos e a pura e simples atitude de cumprir horários sem levar em consideração o comprometimento e o desejo de comemorar o sucesso.
A curto prazo, pode haver conformidade entre os membros da equipe, mas essa conformidade é frequentemente baseada no medo de represálias ou no desejo de evitar conflitos que muitas vezes quebram em cima do lado mais fraco. Nesse cenário, a inovação, a criatividade e o engajamento são minados, uma vez que os colaboradores se sentem desencorajados a apresentar ideias ou a propor soluções diferentes.
Com o passar do tempo, a centralização do poder e a falta de autonomia começam a corroer a moral da equipe. O clima organizacional tende a se deteriorar, com o aumento de tensões e o surgimento de comportamentos passivo-agressivos ou de resistência silenciosa (o mais perigoso). A alta rotatividade de colaboradores, motivada pela insatisfação e pelo esgotamento emocional, torna-se um problema recorrente, gerando custos com recrutamento e treinamento de novos colaboradores.
Além disso, a organização perde a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado, já que as decisões são concentradas em um número limitado de pessoas, reduzindo a agilidade e a eficiência. Quando não disseminamos o comportamento de pertencimento do colaborador com a organização ou mesmo com os projetos, estamos criando um exército de robôs que fazem as coisas por fazer, sem saber o motivo pelo que é feito.
A longo prazo, os efeitos de uma liderança coercitiva podem ser devastadores. A reputação da organização pode ser comprometida, dificultando a atração de talentos e parcerias estratégicas. A ausência de uma cultura participativa limita o aprendizado coletivo e prejudica a inovação, fator essencial para a competitividade em mercados que evoluem constantemente.
Sem colaboradores comprometidos e alinhados à visão da organização, o desempenho de todo time tende a declinar. Empresas que mantêm práticas autoritárias enfrentam desafios para sustentar sua relevância e acabam sendo ultrapassadas por concorrentes mais flexíveis e inovadores.
O futuro de qualquer organização exige líderes que saibam equilibrar autoridade com empatia, que valorizem a colaboração e a diversidade de ideias e que reconheçam o potencial transformador de equipes engajadas. A liderança democrática, caracterizada pelo diálogo, pela transparência e pela construção de um senso de pertencimento, promove resultados mais sustentáveis e positivos.
Organizações bem-sucedidas são aquelas que investem em líderes capazes de inspirar, não de intimidar; de motivar, não de coagir. Essa transformação é essencial para alcançar conquistas duradouras e construir um legado que transcenda os desafios do tempo e do mercado.
Em última análise, a liderança autoritária pode garantir vitórias momentâneas, mas é a liderança humanizada e participativa que constrói organizações preparadas para o sucesso em qualquer horizonte. Vamos pensar nisso, antes que nossas empresas se transformem em centros de repetição sem sentimento, empatia e respeito pelo ser humano.
Por: Weber Negreiros
W.N Treinamento, Consultoria e Planejamento
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