Cotidiano

RR tem duas vezes mais mulheres desempregadas

Análise das condições de vida da população brasileira demonstrou que homens têm muito mais oportunidades de emprego do que as mulheres no país

Uma análise das condições de vida da população brasileira apontou que a taxa de mulheres desempregadas é quase duas vezes superior a dos homens em Roraima. A situação também ocorre no restante do país, onde foi visto que a taxa de desocupação entre mulheres é superior a dos homens em praticamente todas as unidades federativas.

As informações fazem parte da pesquisa “Síntese de Indicadores Sociais” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise se aprofunda nas relações do mercado de trabalho do país, padrão de vida, distribuição de renda, mobilidade ocupacional e educacional.

A pesquisa mostra que a média geral de pessoas desempregadas em Roraima no período de 2012 a 2016 ficou entre 6% e 10%. Separando a análise por cor ou raça, a situação foi pior para a população preta ou parda no restante do país. No entanto, em Roraima, a média se manteve a mesma, entre 6% e 10%, tanto para a população branca quanto para a população preta e parda.

Quando se separa as categorias entre homens e mulheres é que se percebe uma grande diferença nos perfis. É que o percentual de homens desempregados ficou na faixa de até 7%, já para as mulheres o percentual ficou acima de 10% e até 14%.

Para os homens, 14 unidades registraram taxa de desocupação até 10%, sendo cinco delas inferiores a 7% e nenhuma superior a 14%. Já para as mulheres, a maioria das unidades registrou taxas acima de 10%, sendo que em oito delas a taxa superou os 14% enquanto nenhuma foi inferior a 7%.

“As UFs que apresentaram as maiores taxas de desocupação para as mulheres foram Amapá, Amazonas e Bahia – com taxas acima de 18%. Já para os homens, as maiores taxas, em torno de 13%, foram registradas também na Bahia, além de Pernambuco e Alagoas”, informou o IBGE.

Considerando por faixa etária, a taxa de desocupação para pessoas de 16 a 29 anos foi de aproximadamente 15%, menor do que a média nacional que foi acima de 20% e menor que 25%.

OUTROS DESTAQUES – A síntese demonstrou também que Roraima tem uma média entre 45,2% e até 56,2% de trabalhadores em ocupações informais, o que dificulta a regularização de direitos trabalhistas e repasse de benefícios aos empregados.

Um dos pontos favoráveis para Roraima, no entanto, é que os valores dos salários pagos àqueles que estão empregados são maiores do que os prestados em toda a região Norte e Nordeste. Segundo a pesquisa, o rendimento médio do trabalho principal das pessoas de 16 anos ou mais de idade que estavam empregadas foi de R$ 2 mil.

A média na Região Norte foi de R$ 1,5 mil e na Região Nordeste R$ 1,3 mil. Conforme o IBGE, o baixo rendimento se explica justamente por conta dos altos índices de trabalhos informais nas duas localidades.

DADOS NACIONAIS – O IBGE divulgou também que as medidas mostram um aumento da pobreza entre 2016 e 2017 no país. Segundo a linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até US$ 5,5 por dia, ou R$ 406 por mês), a proporção de pessoas pobres no Brasil era de 25,7% da população em 2016 e subiu para 26,5%, em 2017.

PESQUISA – Segundo o IBGE, a publicação “Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira” tem como objetivo retratar a realidade social do país. A principal fonte de informação para a construção dos indicadores foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua de 2012 a 2016. (P.C.)