Pagamento de militares é primeiro ato de intervenção

Servidores da Segurança Pública já podem contar com os salários de outubro que estavam atrasados. Em coletiva de imprensa feita na tarde de ontem, o interventor federal e governador eleito Antonio Denarium (PSL) informou que, após reunião na manhã de ontem, dia 10, com o Tribunal de Justiça e com Banco do Brasil, obteve o desbloqueio judicial das contas do Governo do Estado. Ao todo, R$ 19 milhões já foram liberados e destinados ao pagamento da folha salarial.

“Com o nosso conceito e credibilidade conquistados ao longo da vida profissional e agora, pública, foi possível obter o desbloqueio dos valores para que fossem pagos os salários dos servidores da Segurança Pública, de forma imediata, para que o movimento grevista se encerre e o Estado volte à normalidade”, disse Denarium.

O interventor federal informou que até o final de semana devem ser pagos os salários dos demais servidores referentes aos meses de outubro e novembro. O de dezembro será efetuado na data do vencimento. “O Governo Federal se comprometeu em fazer investimento para colocar em dia a folha do servidor público. Todo mundo sabe que o governo não tem dinheiro para pagar tanta dívida e a folha de pagamento”, enfatizou Denarium.

General explica como funciona a intervenção

General Eduardo Pazuello foi nomeado para assumir Sefaz (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

Durante a coletiva à imprensa, o general Eduardo Pazuello afirmou que teve uma recepção muito calorosa ao assumir a Secretaria da Fazenda (Sefaz) e explicou como funciona a intervenção federal no órgão.

“É importante explicar o que é uma intervenção. Temos que lidar com quem está lá trabalhando e a ideia é que o Exército empreste sua autoridade e legitimidade ao processo de intervenção, por isso um general, no caso eu, foi colocado para fazer a intervenção juntamente com o governador”, citou.

Pazuello explicou que sete oficiais do Exército estão acompanhando os servidores públicos no exercício de suas funções na Secretaria da Fazenda para dar mais transparência ao trabalho. “Não fizemos nenhuma substituição imediata. É apenas para legitimar o trabalho. Também já automaticamente puxei pra mim as assinaturas com emprego de recursos direto. As pessoas estão trabalhando com bastante determinação e tivemos uma reunião longa com o Ministério Público para fazermos uma radiografia da Sefaz das finanças de todo o Estado”, frisou.

Denarium pede que grevistas voltem ao trabalho

O interventor federal Antonio Denarium pediu que integrantes do movimento grevista que estavam na Sefaz e Segurança Pública suspendam a greve. “As esposas de militares nos informaram que ficariam em vigília até o pagamento. Não há necessidade, pois firmamos o compromisso de pagar os salários e com o pagamento de outubro temos certeza que o movimento não vai mais existir”, disse.

Denarium conclamou aos servidores públicos que voltem ao trabalho. “O Estado não pode parar e estamos vivendo um novo momento de um governo sério que vai honrar com todos os compromissos e vamos pagar em definitivo e sempre em dia a folha de pagamento de nossos servidores”, garantiu.

Estado tem dívidas bilionárias, revela Denarium

Durante a coletiva, Antonio Denarium revelou que o quadro econômico de Roraima é muito pior do que aparentava. Segundo ele, até agora o montante revelado da dívida do Estado chega a R$ 4 bilhões. “Como é de conhecimento de toda a imprensa e de todo o servidor roraimense, temos um endividamento de longo prazo de mais de R$ 2 bilhões nesse governo e mais de R$ 2 bilhões de dívidas correntes contraídas no último governo, que não foram quitadas”, disse.

As informações sobre todas as secretarias estão sendo compiladas pela equipe de transição, mas no quadro de detalhamento feito pela Folha das dívidas já divulgadas é possível ver que o maior rombo fica por conta do Instituto de Previdência do Estado de Roraima (Iper).

Denarium ressaltou que viajaria ainda ontem à noite para Brasília para se encontrar hoje, dia 11, com o presidente da República, Michel Temer (MDB), e o futuro ministro da Segurança, Sérgio Moro. Um dos pontos a ser discutidos é o Plano de Recuperação Fiscal. “Os recursos que vêm para Roraima não são em regime de empréstimo e nem de antecipação de receita, mas são como investimento do governo federal para sanear as contas públicas. Vamos tratar disso”, explicou.

O governador eleito afirmou que está concluindo a transição que levantou os débitos de todas as secretarias e nesta terça-feira vai apresentar um plano de recuperação fiscal para o presidente Temer, que espera ser aceito para que o Estado possa ter equilíbrio de contas públicas.

Consignados

R$ 100 milhões

Secretaria de Saúde

R$ 289 milhões

Educação

R$ 276 milhões

Contas de Energia

R$ 500 milhões

IPER

R$ 500 milhões