A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão em Roraima em uma ação conjunta com autoridades brasileiras, italianas e europeias. A Operação Mafiusi, deflagrada nessa terça-feira (10), desmantelou dois grupos criminosos responsáveis pelo tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa e pelo envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 2 bilhões.
A investigação, que começou em 2019 após a prisão de dois membros da máfia italiana na Praia Grande, em São Paulo, resultou no cumprimento de nove mandados de prisão preventiva na Itália e um na Espanha. Outros 31 mandados de busca e apreensão em estados como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, além de Roraima. Na operação também foram decretadas medidas de sequestro de imóveis e bloqueio de bens avaliados em cerca de R$ 126 milhões.
Segundo a PF, os criminosos utilizavam o Porto de Paranaguá, litoral do Paraná, como principal ponto de saída para o envio da droga, escondida em contêineres com cargas regulares, e aeronaves privadas para transporte até a Bélgica. O destino final da droga incluía portos estratégicos na Europa, como o de Valência, na Espanha.
Além do tráfico, a organização atuava na lavagem de dinheiro, utilizando empresas e contas bancárias de fachada, além de bens adquiridos com recursos ilícitos. Durante o período de investigação, entre 2018 e 2022, a movimentação financeira dos investigados alcançou aproximadamente R$ 2 bilhões.
Operação Mafiusi
A ação realizada nessa terça é um desdobramento da Operação Retis, que já havia desarticulado organizações criminosas responsáveis pela logística do tráfico de drogas no Porto de Paranaguá. Conforme as informações, durante a operação foi identificado que os traficantes que contratavam a logística eram de São Paulo, ligados a uma facção criminosa originária daquele estado, além de membros de uma organização mafiosa italiana que atuava no Brasil, sendo responsáveis pela intermediação da compra e envio da droga para o continente europeu.
A operação é resultado de uma colaboração entre as autoridades brasileiras e italianas, envolvendo a PF, o Ministério Público Federal, a Receita Federal, a Procuradoria-Geral da República e a Guarda Civil Espanhola, além da Eurojust, da Europol e da Interpol. Também integravam o Ministério Público de Turim – Diretoria Antimáfia, os Carabinieri Italianos do Raggruppamento Operativo Speciale (ROS), e do Comandante Provincial de Turim.
“Essa ação conjunta entre os órgãos do Brasil e da Itália reforça a importância da cooperação internacional no combate ao narcotráfico e ao crime organizado. O sucesso da operação é um marco no enfrentamento das redes transnacionais de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, e as prisões e medidas patrimoniais realizadas devem impactar significativamente as atividades dessas organizações criminosas, enfraquecendo suas estruturas financeiras e operacionais”, divulgou a PF.