Mais de 80 professores das redes estadual e municipal de ensino do Uiramutã encerraram, nesta sexta-feira (13), o terceiro ciclo do projeto OMUNGA. A etapa aconteceu na comunidade indígena Willimon, a cerca de quatro quilômetros da sede do município.
O projeto é uma iniciativa social com atuação nacional e internacional, e busca incentivar a produção de livros por povos originários, além de distribuir publicações e instalar bibliotecas em regiões de difícil acesso. Nesta fase, os professores elaboraram contos que retratam a vida de tuxauas anciões, saberes tradicionais, lendas e mitos locais, compondo material didático sobre a cultura dos povos indígenas do Uiramutã.
O diretor-geral do projeto, Roberto Pascoal de França, explicou que o material será transformado em uma versão preliminar – conhecida como “boneca” – para revisão e aprovação dos tuxauas. “Estamos no terceiro ciclo, que além de desenvolver os professores, também contempla a produção de um documentário sobre as memórias culturais do Uiramutã. A meta é registrar as memórias e os valores culturais da região”, destacou.
Com seis ciclos no total, o projeto iniciou em março, com uma etapa voltada à escuta dos participantes. No segundo ciclo, os docentes trabalharam com ilustrações, e agora, na terceira etapa, dedicaram-se à escrita. Os textos serão analisados e revisados antes da produção final do livro, que ainda não tem previsão de lançamento. Uma comissão composta por representantes da educação municipal e tuxauas será formada para acompanhar a conclusão do material.
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Preservação cultural
Além de incentivar a produção de material didático, o OMUNGA promove a capacitação de professores, aproximando as tradições locais das práticas pedagógicas. Lindinaia Pereira Melquior, coordenadora da Divisão de Educação Municipal, destacou a importância do projeto. “Os livros didáticos registram a história do povo do Uiramutã, valorizando e preservando nossa cultura viva”, afirmou.
Tereza de Souza, secretária-adjunta de Educação municipal, reforçou o impacto da iniciativa. “Esses livros permitem que nossas crianças conheçam suas origens e tradições. O projeto desempenha um papel fundamental na manutenção da cultura viva”, pontuou.
A próxima etapa do projeto está prevista para fevereiro ou março de 2025, dependendo da agenda da Secretaria Municipal de Educação.
