Depois de uma série de investigações, os policiais que estavam engajados nas buscas pela adolescente Alexia Gabriela Mendes de Souza, de 16 anos, que tinha sido sequestrada e mantida em cárcere privado por membros do crime organizado, conseguiram encontrar o corpo nas imediações do bairro Cidade Satélite. Já era fim da tarde de ontem, dia 14, quando o cadáver, com marcas de violência, foi localizado.
Os sinais de tortura estavam no rosto da vítima, inclusive os dois olhos estavam roxos e inchados, havia uma marca de tiro na nuca da garota e o vestido estava sujo de sangue, possivelmente expelido durante as agressões físicas. Ela estava usando um vestido com listras pretas e brancas com detalhes de flores. Como o corpo foi encontrado em menos de 24 horas após a execução do crime, ainda não estava em decomposição.
Peritos realizaram os procedimentos técnicos e logo após o trabalho, uma equipe do Instituto de Medicina Legal (IML) fez a remoção do cadáver para ser submetido ao exame de necropsia. O corpo deve ser liberado à família neste sábado, dia 15. O caso será investigado pela Delegacia-Geral de Homicídios (DGH). Nenhum suspeito de ter matado a jovem tinha sido preso até a noite de ontem. (J.B)
Suspeito de envolvimento na morte de adolescente é detido
Com o suspeito de participar do sequestro, foram apreendidos drogas e celular (Foto: Divulgação/Dicap)
Depois de obterem a informação de que uma adolescente estava sendo mantida em cativeiro para ser morta por membros de uma facção rival e, inclusive, estava sendo julgada por criminosos, a Divisão de Inteligência e Captura da Secretaria de Justiça e Cidadania (Dicap/Sejuc) e o Departamento de Informação e Inteligência da Polícia Militar (DII/PM) foram ao endereço onde a vítima supostamente poderia ser encontrada.
Por volta das 18h da quinta-feira, dia 13, as equipes chegaram numa área de invasão que fica na rua Escorpião, bairro Cidade Satélite, na zona oeste e conseguiram localizar o principal suspeito do desaparecimento da adolescente, identificado como o ex-presidiário José Alves da Silva Junior, vulgo “Osama”, de 30 anos. Ele tentou fugir e entrou em outros barracos, mas foi detido pelos policiais. Conforme a Dicap, naquela área do bairro há muitos criminosos refugiados.
Assim que entrou no barraco, na intenção de fugir, “Osama” tirou a bateria do celular, o chip e escondeu o aparelho, mas os agentes sabiam que ele era o administrador de um grupo cujos membros eram todos da mesma facção que ele. Dentro do barraco do indivíduo foi encontrada uma pedra com 100 gramas de pasta-base de cocaína.
O telefone também foi encontrado e, assim que os policiais ligaram o aparelho, viram todas as mensagens trocadas entre “Osama” e os companheiros de crime. Ao ser questionado sobre a garota desaparecida, o ex-presidiário mostrou uma conversa iniciada às 15h56, daquele mesmo dia, com uma mulher conhecida como “Rainha da Guerra”, pedindo o comparecimento dela e afirmando estaria fazendo uma condução [julgamento] de uma rival. “Osama” informa que outro indivíduo, conhecido como “Nescal”, já estaria no local onde o julgamento estaria ocorrendo.
Rainha da Guerra diz que se for rival deve ir para o “sal”, ou seja, deve morrer. Pouco tempo depois, “Osama” escreve no grupo que já iriam levar a vítima para o matadouro. O ex-presidiário chamou pelo menos três mulheres para participarem da tal “condução”. O criminoso contou para outra integrante do bando, vulgo “Japonesa”, onde a adolescente sequestrada estava naquele momento.
No telefone do ex-presidiário, há conversas com diversos indivíduos conhecidos da Polícia por estarem envolvidos em crimes da organização criminosa. “Osama” confirmou para as equipes a veracidade dos fatos, mas não tinha certeza se a adolescente estava morta, pois foi levada por três comparsas em um veículo Volkswagen/Gol, cor vermelha, seguido por uma moto Honda/Biz, também cor vermelha.
Informações obtidas pela Polícia dão conta de que o mesmo bando pode estar envolvido na morte de Theones Reis de Castro, de 23 anos, cujo corpo foi encontrado na RR-205, próximo ao Anel Viário, na quarta-feira passada, dia 12.
“Osama” foi encaminhado à Central de Flagrantes para que a autoridade policial tomasse conhecimento dos fatos. Apesar de ser enquadrado no crime de tráfico de drogas, o ex-presidiário não foi autuado em flagrante porque não há reagente para execução do exame de constatação da substância entorpecente, por isso, acabou sendo liberado. (J.B)