FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
Dezembro já passou da metade, o Natal já está batendo à porta, o ano novo chega junto, as férias e a vontade de viajar também, mas 2018 não foi um ano fácil para muita gente, em especial para os servidores públicos do Estado que passaram meses sem receber, gastando as poucas reservas que possuíam. Para driblar as dívidas acumuladas e ainda assim conseguir comemorar as festas de final de ano, a aposta da vez são festas conjuntas em que cada participante leva sua contribuição.
A promessa é que com a intervenção federal, os salários de outubro e novembro sejam quitados até esta semana e que a segunda parcela do 13º salário dos servidores seja paga até o dia 20. A hora é de sentar, fazer as contas, pagar as dívidas e decidir o que pode ser feito com o que sobrar.
O presidente do Sintraima, Francisco Figueira, disse que em sua casa vai juntar a família e cada um dará alguma contribuição, e assim, todos participarão. Ele destaca que não será o Natal que esperavam, mas o Natal vai acontecer.
Já o agente socioeducativo, Andrei Fim, disse que ainda se sente inseguro com a situação do Estado e que opta por não fazer festa, que pagará as contas e guardará o restante para não ser pego de surpresa mais uma vez.
“A expectativa era de fazer festa, comprar presentes, mas com a situação que houve e com o futuro incerto para o próximo governo em relação à economia, é melhor não arriscar. Estamos recebendo agora, mas para o próximo ano não temos nenhuma garantia de que teremos um salário sendo pago regularmente”, ressaltou o agente socioeducativo.
Uma esposa de militar que pediu para não ser identificada disse estar se sentindo bastante desanimada porque pretendia viajar, mas precisou usar o dinheiro que estava guardando, durante o período de atrasos dos salários.
Já o discurso de outra esposa de policial militar, que também pediu para não ser identificada, foi diferente por causa de ensinamentos recebidos durante a infância. “Triste ou alegre sempre estarei com o espírito natalino porque minha mãe me passou isso, então com dinheiro ou não, eu estou feliz. Eu tenho uma família muito grande, então cada um entra com uma parte e será bastante festivo”, afirmou a mulher.
A ideia de Natal colaborativo é um acerto em cheio de acordo com o economista Dorcilio Erik Souza, porque além da saída econômica, resgata o espírito natalino. “Eu defendo isso para minha vida. Eu sou muito família, e o Natal é a celebração da fé cristã e foi o comércio que explorou a imagem de Papai Noel, que tem que ter troca de presentes, mas o Natal é uma celebração, uma confraternização e qualquer ação que possa economizar e simbolizar o verdadeiro espírito do Natal é uma boa recomendação”. (F.A)