Pela segunda vez, em 20 dias, a Escola Maria das Dores Brasil, localizada às margens da avenida das Guianas, no bairro 13 de Setembro, zona sul de Boa Vista, foi alvo de uma ação criminosa. A última ocorrência se deu na madrugada de domingo, dia 16, quando uma TV de Plasma foi furtada da sala da administração.
Segundo o professor Antônio Carlos Lobo, que atua como integrante da gestão da Unidade de Ensino, o criminoso arrombou as salas da Secretaria, Coordenação, Orientação, Sala dos Professores e da Administração, sendo nessa última, o local de onde encontrou o televisor.
No interior de uma das salas, o bandido pichou palavras de baixo calão, siglas e números referentes a uma facção criminosa. Lobo explicou que o televisor estava com defeito e, inclusive, tinha feito orçamento para saber quanto custaria o conserto e estava guardada em cima do armário da sala da administração.
“Não é a primeira vez que o pilantra entra na Escola Maria das Dores, eu acho que é o mesmo indivíduo e que ele vai retornar. Eu andei investigando, grosseiramente, e do mesmo jeito que ele escreveu “PCC/1533” também estava escrito na parede do supermercado que fica no bairro São Vicente, então ele deve ser daquela região”, destacou.
O administrador revelou que ainda vai analisar as imagens das câmeras do circuito interno de segurança, por isso não sabe detalhes sobre a ação do criminoso, nem mesmo se ele entrou na Unidade de Ensino do mesmo modo que no segundo furto, quando levou dois notebooks, cerca de 20 dias atrás. Naquela ocasião, o bandido cobriu a cabeça com uma camisa, deixando apenas os olhos descobertos, foi ao banheiro e assim que saiu, abriu o quadro de energia e desligou as luzes. Em seguida, interrompeu a gravação das câmeras de segurança. No primeiro furto, o criminoso levou merenda escolar.
Quando perguntado se a Escola tem vigilante para fazer a segurança do prédio, o professor contou que faz alguns anos que o Estado não dispõe um vigia para o estabelecimento de educação que atualmente funciona em tempo integral.
Em relação ao fato do criminoso ser membro de facção, Lobo disse que, quando gestor, entrou no presídio para conversar com o chefe da facção, para que ele desse ordem aos seus soldados para não entrarem no prédio da Escola.
“Eu passei o ano inteiro enfrentando esse problema. Membros da facção ameaçaram os filhos de policiais que estudam na escola, ameaçaram incendiar o prédio e eu entrei no presídio. Não devo nada para ninguém. Conversei com o líder e pedi que parassem. Ele ficou calado e me ouviu, mas agora voltou a acontecer tudo de novo. Enquanto eu não achei solução, não parei. Algumas vezes saí da minha casa às 22h, à meia-noite, às 4h, para dar uma olhada na Escola, estacionava o carro em frente e mostrava que eu estava por lá, tudo isso para inibir a ação dos ladrões. Nesse período não fomos roubados”, ressaltou.
Por fim, o administrador salientou que já teve que escoltar alunos da Escola e levá-los em seu carro até a residência, pedia que os pais fossem deixar os filhos no Colégio, para que não fossem vítimas dos criminosos que faziam ameaças. “O meu aluno é meu emprego, o meu aluno é minha base, o meu aluno é importante dentro da Escola e eu tenho que protegê-lo”, concluiu Lobo. (J.B)