Os presos do Sistema Penitenciário do Brasil têm direito a receber o auxílio reclusão, que tem como finalidade amparar financeiramente a família do detento enquanto estiver preso. Se houver fuga do segurado, o auxílio é suspenso imediatamente. O benefício também cessa quando há a progressão da pena e o preso é encaminhado ao regime semiaberto ou aberto. A Folha foi às ruas saber se a população concorda com o pagamento do auxílio reclusão?
Karla Raianne, 17 anos, secretária (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Não concordo. Porque assim, a partir do momento que uma pessoa é presa ela acaba com a parte de cidadão. Se está ali é porque acabou com o conceito do que é ser cidadão e não acho correto que a família receba. As famílias das pessoas que foram assassinadas ou das mulheres que foram estupradas pelas pessoas que estão na cadeia estão recebendo? Por isso eu acho injusto”
Israel Andrade, 22 anos, garçom (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Eu concordo porque se a pessoa mantinha a casa, como é que alguém vai manter a família depois que esta pessoa for presa? Eu acredito que é mais uma necessidade para a família da pessoa mesmo, se a pessoa trabalhava de carteira assinada, ganhava o dinheiro e pagava impostos, então é um direito”
Greyzibeth Farias, 26 anos, distribuidora de panfletos (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Sim, eu concordo porque a família pode ficar sem dinheiro para comprar o que é necessário para manter uma casa, já que quem trabalhava é quem fazia isto e depois que for preso os outros podem não conseguir fazer, então é uma necessidade da família já que estarão desamparadas e sem emprego.
Neri de Oliveira, 65 anos, agricultor (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Não, não concordo. Porque o preso precisa trabalhar, tem que sobreviver trabalhando e não nós trabalhando para eles. Não se deve repassar, o que se deve é repassar para outras coisas como saúde e educação e não para família de preso. Essas famílias têm que se virar, têm que trabalhar”
Francisco Braga, 55 anos, aposentado (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Eu fico até indeciso. Se o preso não trabalhava e recebe uma verba maior que o que é pago para um trabalhador eu acho errado porque quem trabalha não tem os direitos que eles têm lá dentro. Mas acho que quem trabalhava e tem esposa e filhos, a família deve receber sim porque é justo para não desamparar a família”
Marisa Santiago, 18 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Sim, eu concordo com o que o Estado faz nesses casos porque, de certa forma, a família precisa daquele dinheiro para se manter. Porque é muito provável que essas pessoas passem por necessidades, então acredito que é justo sim porque há necessidades em casa, então eu concordo porque penso mais pelo lado da família”