‘Melhorou, mas vai melhorar mais’, diz ministra sobre combate à crise yanomami

Em Roraima, equipe do governo federal celebrou a evolução da saúde indígena e a redução de quase 100% do garimpo ilegal na Terra Yanomami

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante reunião na Casa de Governo, em Boa Vista - 13.01.2025 (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante reunião na Casa de Governo, em Boa Vista - 13.01.2025 (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, iniciou, na manhã desta segunda-feira (13), a quinta visita a Roraima. Em Boa Vista para avaliar a saúde indígena na Terra Yanomami, ela destacou a evolução da assistência à população da etnia no Estado, com ênfase na saúde indígena e na redução do garimpo ilegal na região.

“Melhorou, mas tem que melhorar muito mais e só vai melhorar se nós agirmos em conjunto e onde tivemos problema iremos apontar”, afirmou Nísia durante reunião na Casa de Governo.

Equipe do governo federal em reunião na Casa de Governo, em Boa Vista – 13.01.2025 (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O encontro também contou com autoridades como a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, o diretor da Casa de Governo, Nilson Tubino, o secretário nacional de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, o novo coordenador do Dsei-Y (Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami), Maurício Ye’kwana, e políticos locais como o governador Antonio Denarium (Progressistas).

Redução da mortalidade

A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, infectologista Alda Maria da Cruz, durante reunião na Casa de Governo, em Boa Vista – 13.01.2025 (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, infectologista Alda Maria da Cruz, destacou, por exemplo, o aumento da testagem de malária no território, de 78,7 mil no primeiro semestre de 2023 para 136,2 mil no mesmo período de 2024.

Além disso, destacou a redução de 27% do número geral de óbitos no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 155 entre janeiro e junho passados (sendo nove por malária), diante dos 213 óbitos (14 por malária) no mesmo semestre de 2023.

“Do ponto de vista dos dados de saúde, tivemos melhora expressiva. Tivemos a reabertura de sete polos de saúde graças a essa desintrusão. Com isso, temos 37 polos de saúde indígena em funcionamento hoje. Esses polos atendem cinco mil indígenas que estavam desassistidos”, enfatizou Nísia Trindade.

Queda do garimpo

O diretor da Casa de Governo, Nilson Tubino, durante reunião na Casa de Governo, em Boa Vista – 13.01.2025 (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Por sua vez, o diretor da Casa de Governo, Nilson Tubino, afirmou que o desafio agora é impedir o retorno do garimpo à Terra Indígena Yanomami, causa apontada para a desassistência aos indígenas, e destacou que o território não tem alerta para abertura de novos garimpos desde setembro e que, em dezembro, o governo federal alcançou o percentual de 92% das áreas de mineração ilegal desativadas.

Sonia Guajajara relembrou que a declaração de emergência na Terra Yanomami vai completar dois anos e que o território não está mais nesta condição. Ela garantiu que o governo federal continuará atuando na região, com o fortalecimento da saúde indígena, o combate ao garimpo e a reestruturação do território. “Vamos continuar trabalhando este ano e ano que vem trabalhando seriamente para fortalecer cada vez mais”, declarou.