Roraima registrou o maior número de desempregados dos últimos seis anos, desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Divulgação Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, são mais de 30 mil pessoas de 14 anos ou mais à procura de emprego no Estado.
A análise do IBGE demonstra os dados de desemprego já relatados em pesquisa de novembro, além das comparações com o segundo trimestre deste ano e o terceiro trimestre do ano passado.
Em relação ao mesmo período do ano passado, a taxa de desocupação subiu de 8,9% para 13,5%, o que representa um crescimento de mais de 60% no índice de desemprego no Estado. A perspectiva era de 19 mil pessoas desempregadas em 2017.
Considerando o período do meio do ano, nos meses de junho, julho e agosto, percebe-se um aumento no percentual da taxa de desocupação, que era de 11,2% e passou para 13,5%, um crescimento de 18% de um trimestre para o outro.
A pesquisa também demonstrou que a administração pública continua sendo a atividade econômica com a maior concentração de pessoas trabalhando. O setor é o que mais emprega no Estado, com 59 mil pessoas ocupadas. Em seguida fica o setor do comércio, com 35 mil trabalhadores.
A administração pública também demonstrou um crescimento no número de postos de trabalho comparando o terceiro trimestre do ano passado e deste ano. Foram 3 mil novas contratações este ano, um aumento de 6,2%.
Em contrapartida, apesar do segundo lugar no número de pessoas trabalhando, o setor do comércio foi o que mais perdeu trabalhadores. Houve uma redução de 19,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, o que representa uma diminuição de aproximadamente 8 mil vagas.
Poucas oportunidades de trabalho geraram aumento no desemprego
Segundo IBGE, realidade de Roraima é diferente do restante do país (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
Para o economista Fábio Martinez do Conselho Regional de Economia (Corecon-RR), a fraca geração de empregos em 2018 culminou na situação atual do Estado. No acumulado do ano foram criados pouco mais de 100 novos postos de trabalho com a carteira assinada, informou o especialista.
Outro problema, segundo Martinez, é a questão migratória em Roraima. “A população que está vindo para cá está a procura de emprego. E como não são geradas vagas suficientes para atendê-los, logo, eles entram na estatística de desempregados. Ou seja, o número de pessoas procurando emprego aumenta e não estão ocorrendo grandes contratações”, explicou.
DADOS NACIONAIS – Conforme o IBGE, a realidade de Roraima é diferente do restante do país. A taxa de desocupação caiu para 11,9% no Brasil considerando o trimestre encerrado em novembro. “A perspectiva é que com a redução houve o aumento de 1,1 milhão de pessoas trabalhando em comparação com o último trimestre, fechado em agosto”, informou o instituto.
No entanto, o crescimento do número de trabalhos não necessariamente significa que os empregados estão em serviços regularizados. O levantamento do IBGE revela que a maior parte das ocupações foi gerada no mercado de trabalho informal.
“Houve um aumento de 528 mil pessoas trabalhando por conta própria e cerca de 498 mil empregados do setor privado sem carteira de trabalho. Com isso, a informalidade atinge nível recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012”, finalizou o IBGE. (P.C.)