Fazendeiros denunciaram a existência de uma onda de assassinatos e furtos de gados neste mês, na zona rural de Cantá, região Norte de Roraima. Criminosos teriam invadido e levado animais de ao menos cinco propriedades, mas apenas uma das vítimas registrou boletim de ocorrência para que a Polícia Civil investigue o caso.
É o caso do fazendeiro e empresário Edgilson Dantas Santos, de 54 anos, que tem uma propriedade de 500 hectares (o equivalente a 500 campos de futebol) na vila São Raimundo. Segundo ele, uma novilha grande, cujo valor pode chegar a R$ 5 mil, foi morta e retirada de sua fazenda na madrugada de segunda-feira (13).
Santos relatou que sentiu falta do animal apenas durante o dia, encontrou apenas a cabeça do gado nas proximidades, registrou boletim de ocorrência e orientou fazendeiros vizinhos, que teriam sido vítimas, a fazerem o mesmo.
Conforme o fazendeiro, marcas de pneus em uma vicinal indicam que criminosos usaram uma caminhonete para transportar o animal. Além disso, os suspeitos deixaram uma lata de cerveja pelo caminho.
Edgilson Dantas também informou que conhecidos encontraram, em um igarapé que passa por sua propriedade, um saco cheio de ossada de gado. “Quer dizer, eles estão roubando mais gente lá”, declarou.
Por sua vez, o fazendeiro Maurílio Oliveira de Souza, 55, proprietário de uma fazenda de 90 hectares, à vizinha à de Edgilson, confirmou que foi vítima de furto de uma vaca avaliada em R$ 2,5 mil, na madrugada de sábado (11), mas que só notou a ausência no domingo (12).
Em sua propriedade, agora existem 99 animais. “É uma onda de furtos. Somos cinco vítimas desses furtos”, declarou. “Achei os pés dela [vaca] na beira da cerca, que eles mataram, e puxaram pra beira da cerca, descaminharam e levaram, deixaram só os dois pés dela, foi o que achei”.
Polícia Civil descarta ‘onda de furtos’
A Polícia Civil descartou que haja uma “onda de furtos” na região, porque, até o momento, apenas o boletim de ocorrência de Edgilson Dantas sobre o furto de um único animal foi registrado. “Não há registro de outras vítimas, e não se pode caracterizar o fato isolado como uma ‘onda de furtos’, disse.
A corporação não cita o nome do empresário na nota enviada à Folha. Por outro lado, garantiu que esse caso está sob investigação pela Delegacia de Cantá, e que diligências estão em andamento para identificar os responsáveis.
