O incêndio que destruiu o prédio de armazenamento de medicamentos do Distrito Sanitário Especial Indígena Leste (Dsei-Leste), na Avenida das Guianas, bairro 13 de Setembro, completou 43 dias, mas o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima e a Polícia Federal ainda não liberaram laudos sobre a possível causa. Apurações preliminares apontam que uma pane elétrica pode ter iniciado o fogo.
As investigações in loco, tanto por parte dos Bombeiros quanto da PF, foram concluídas na semana passada e o prédio está isolado. A estimativa do prejuízo provocado pelo incêndio, com a perda de equipamentos e remédios, é de mais de R$6 milhões.
O Corpo de Bombeiros explicou por nota que, por manter um fluxo diário administrativo de atendimentos aos públicos interno e externo, o laudo ainda está em fase de conclusão. Ressaltou ainda que a solicitação da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) foi feita há menos de 30 dias e a perícia técnica ainda está dentro do prazo estipulado.
“Entretanto, o laudo com o resultado da perícia técnica é encaminhado mediante ofício para a instituição solicitante. Disponibilizar o teor do relatório pericial com os dados referentes às causas e circunstâncias que provocaram o sinistro para publicidade são de responsabilidade da Sesai”, complementou a nota.
De acordo com o chefe de Recursos Logísticos e coordenador substituto do Dsei, Marcos Herbert Félix, o relatório da Polícia Federal sobre a causa do incêndio também não foi concluído, pois é necessária a vinda de peritos de Brasília para confirmar o diagnóstico inicial.
“Uma perícia de Brasília teria que vir para estudar o local e assim concluir se foi mesmo uma pane elétrica. Só que, como o prédio está cedendo e prestes a desabar, a Polícia Federal exigiu que um escoamento fosse feito. Porém, somente em Manaus tem pessoas que fazem esse serviço. Por isso, acabamos saindo de lá de vez e deixamos a responsabilidade para o proprietário do terreno”, explicou.
O Dsei-Leste está funcionando na antiga sede do Ministério do Trabalho em Boa Vista, na Avenida Amazonas, logo após o final da Júlio Bezerra, no bairro dos Estados, desde 24 de dezembro. Até então o órgão estava temporariamente dividido com uma parte alocada na Fundação Universidade Virtual de Roraima (Univirr) e a outra na Casa do Índio (Casai). O prédio atual está passando por uma reforma e já teve sua rede elétrica reestruturada.
Em relação à nova localidade, Marcos Félix explicou que ainda está difícil voltar às atividades no mesmo ritmo de antes, uma vez que o prédio está passando por obras, mas afirmou que os novos medicamentos estão começando a chegar e, aos poucos, o abastecimento das comunidades está ocorrendo.
“Este terreno aqui também é alugado e está na mesma faixa de preço do outro local. Até chegamos a procurar um que seja da União, mas não havia nenhum disponível. Mas, quando houver, iremos apresentar nosso interesse nele. Estamos todos trabalhando enquanto a obra está acontecendo, pois não podemos parar os nossos serviços, ainda mais agora, com as dificuldades que passamos. Temos confiança que esse prédio dará a segurança necessária”, concluiu.
POLÍCIA FEDERAL – A reportagem da Folha entrou em contato com a PF e com o Corpo de Bombeiros para saber sobre o andamento das investigações, mas não houve resposta até a conclusão da matéria. (P.B)